Bloomberg — O maior especialista em saúde da China identificou duas condições para o país voltar à “normalidade” e defende a manutenção da estratégia Covid Zero contra a variante ômicron.
Um dos pré-requisitos para voltar ao normal é que as mortes pela Covid-19 caiam para 0,1%, taxa semelhante à da influenza, disse Zhong Nanshan, chefe da força-tarefa contra o vírus na China. A notícia foi publicada pelo jornal estatal Global Times. Esta meta ainda está distante. A mortalidade em nível mundial supera 1,9%. A taxa de reprodução — que mede quantas pessoas podem ser contaminadas por um paciente — precisa ficar entre 1 e 1,5, de acordo com Zhong.
Para atingir essas metas, a China precisa vacinar toda a população para estabelecer imunidade coletiva à Covid, normalizar a prevenção e desenvolver medicamentos contra a doença, afirmou Zhong em uma palestra durante o fim de semana, segundo o jornal.
Para ele, é preciso que a China se atenha à política Covid Zero para combater essa variante altamente contagiosa. O país é um dos últimos no mundo a manter essa estratégia.
“Devemos aplicar a abordagem dinâmica da Covid Zero e outras medidas precisas de prevenção e controle”, disse o pneumologista Zhong. “Não temos medo da variante Ômicron.”
Esta foi uma das primeiras vezes que as autoridades chinesas discutiram publicamente as condições específicas para uma potencial reabertura do país. Nos últimos meses, as autoridades intensificaram medidas para conter o maior surto de Covid desde o surgimento do vírus.
Se a China fizer uma reabertura similar à dos EUA e abandonar a estratégia Covid Zero, o país pode ter um surto colossal em escala muito maior do que qualquer outro país já enfrentou, segundo um estudo publicado em novembro pela Universidade de Pequim.
Teoricamente, a imunidade de rebanho pode ser alcançada com pelo menos 80% a 85% da população vacinada, disse Zhong em outubro.
Na época, ele esperava que a China ultrapassasse 80% até o final do ano, mas disse que o país precisava desenvolver mais vacinas e reforçar a imunização, uma vez que sua eficácia cai significativamente depois de seis meses.
Segundo a Comissão Nacional de Saúde, 79% dos 1,4 bilhão de habitantes da China já têm esquema vacinal completo.
“O surto da variante Delta em Guangzhou e Nanjing teve mortalidade zero, em grande parte graças à vacinação”, disse Zhong no fim de semana, de acordo com o Global Times. “O problema agora é reforçar a vacinação entre os idosos, especialmente os de mais de 70 anos.”
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