Covid Zero: Especialista define condições para China voltar à ‘normalidade’

Um dos pré-requisitos para voltar ao normal é que as mortes pela Covid-19 caiam para 0,1%, taxa semelhante à da influenza

China tenta acelerar vacinação
Por Bloomberg News
06 de Dezembro, 2021 | 07:43 PM

Bloomberg — O maior especialista em saúde da China identificou duas condições para o país voltar à “normalidade” e defende a manutenção da estratégia Covid Zero contra a variante ômicron.

Um dos pré-requisitos para voltar ao normal é que as mortes pela Covid-19 caiam para 0,1%, taxa semelhante à da influenza, disse Zhong Nanshan, chefe da força-tarefa contra o vírus na China. A notícia foi publicada pelo jornal estatal Global Times. Esta meta ainda está distante. A mortalidade em nível mundial supera 1,9%. A taxa de reprodução — que mede quantas pessoas podem ser contaminadas por um paciente — precisa ficar entre 1 e 1,5, de acordo com Zhong.

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Para atingir essas metas, a China precisa vacinar toda a população para estabelecer imunidade coletiva à Covid, normalizar a prevenção e desenvolver medicamentos contra a doença, afirmou Zhong em uma palestra durante o fim de semana, segundo o jornal.

Para ele, é preciso que a China se atenha à política Covid Zero para combater essa variante altamente contagiosa. O país é um dos últimos no mundo a manter essa estratégia.

“Devemos aplicar a abordagem dinâmica da Covid Zero e outras medidas precisas de prevenção e controle”, disse o pneumologista Zhong. “Não temos medo da variante Ômicron.”

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Esta foi uma das primeiras vezes que as autoridades chinesas discutiram publicamente as condições específicas para uma potencial reabertura do país. Nos últimos meses, as autoridades intensificaram medidas para conter o maior surto de Covid desde o surgimento do vírus.

Se a China fizer uma reabertura similar à dos EUA e abandonar a estratégia Covid Zero, o país pode ter um surto colossal em escala muito maior do que qualquer outro país já enfrentou, segundo um estudo publicado em novembro pela Universidade de Pequim.

Teoricamente, a imunidade de rebanho pode ser alcançada com pelo menos 80% a 85% da população vacinada, disse Zhong em outubro.

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Na época, ele esperava que a China ultrapassasse 80% até o final do ano, mas disse que o país precisava desenvolver mais vacinas e reforçar a imunização, uma vez que sua eficácia cai significativamente depois de seis meses.

Segundo a Comissão Nacional de Saúde, 79% dos 1,4 bilhão de habitantes da China já têm esquema vacinal completo.

“O surto da variante Delta em Guangzhou e Nanjing teve mortalidade zero, em grande parte graças à vacinação”, disse Zhong no fim de semana, de acordo com o Global Times. “O problema agora é reforçar a vacinação entre os idosos, especialmente os de mais de 70 anos.”

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