Bloomberg — O Banco da Inglaterra se prepara para interromper o programa de flexibilização quantitativa de quase 900 bilhões de libras (US$ 1,2 trilhão). O futuro dessa polêmica ferramenta de combate a crises está cercado de dúvidas.
Mais de uma década após a compra do primeiro título público como parte do programa inicial de três meses e 75 bilhões de libras implementado durante a crise financeira global, o banco central britânico completará na semana que vem o que pode ser a última rodada de compra de papéis, em meio à escalada da inflação.
Com a decisão, o britânico seria o segundo grande banco central após o do Canadá a interromper o programa (conhecido pela sigla QE) durante a pandemia. Com autoridades prestes a subir juros nos próximos meses, o BC britânico pode ser o primeiro a começar a reduzir a enorme quantidade de ativos acumulada durante o surto do coronavírus.
Este seria um divisor de águas para a política monetária global, com potenciais consequências para as finanças públicas, se a retirada desse apoio elevar os custos de captação dos governos.
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Também pode ser um marco no Reino Unido. Nos últimos meses, a ferramenta foi criticada por ex-funcionários e colaboradores atuais do BC e por parlamentares. Segundo eles, a ferramenta ajudou os ricos ao inflar os preços dos ativos e não proporcionou benefícios econômicos mais amplos.
E com o BC abrindo o caminho para os juros negativos, as autoridades talvez estejam mais inclinadas a eliminar o QE como um programa de referência para estimular a economia sempre que necessário.
“O QE já passou da data de validade e precisa ser cuidadosamente e lentamente reduzido”, disse Gregory Perdon, codiretor de investimentos do Arbuthnot Latham, um banco privado e gestor de fortunas em Londres.
A próxima decisão de política monetária do Banco da Inglaterra sai em 16 de dezembro, um dia após a conclusão das compras.
O ceticismo vem aumentando entre os funcionários da instituição, incluindo os recém-chegados, e isso diminui a chance de reativação desse instrumento de política monetária.
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