Você tem três vezes mais chances de ser reinfectado pela ômicron

Estudo sul-africano fornece evidências da “capacidade da ômicron de escapar da imunidade da infecção anterior”

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Bloomberg — O risco de reinfecção da variante do coronavírus ômicron é três vezes maior do que para qualquer cepa anterior, de acordo com um estudo sul-africano de infecções desde o início da pandemia.

A descoberta fornece evidências da “capacidade da ômicron de escapar da imunidade da infecção anterior”, de acordo com os autores, Juliet Pulliam, do Centro Sul-Africano para Modelagem e Análise Epidemiológica, e Harry Moultrie, do Centro Nacional de Doenças Transmissíveis.

O estudo foi baseado em dados coletados pelo sistema de saúde da África do Sul em cerca de 2,8 milhões de infecções confirmadas por coronavírus entre março de 2020 e 27 de novembro, incluindo 35.670 suspeitas de reinfecções, escreveram os autores em um comunicado por e-mail. Eles detectaram um aumento significativo nas reinfecções desde os primeiros casos conhecidos de ômicron.

“O perfil de risco de reinfecção da ômicron é substancialmente maior do que o associado às variantes beta e delta durante a segunda e terceira ondas, com o número observado de reinfecções caindo muito além dos intervalos de previsão”, escreveram eles. “Nossa prioridade mais urgente agora é quantificar a extensão do escape imunológico da ômicron para imunidade natural e derivada da vacina, bem como sua transmissibilidade em relação a outras variantes e impacto na gravidade da doença.”

Essa cepa se espalhou rapidamente na nação mais industrializada da África. Os novos casos ultrapassaram 11 mil nesta semana, em comparação com 585 duas semanas atrás, segundo dados do governo. Em Gauteng, a província mais rica do país e o epicentro da Covid-19, cada pessoa infectada é, em média, capaz de transmitir o vírus para outras 2,33, de acordo com o Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis.

As variantes beta ou delta se espalham “principalmente por causa do aumento da transmissibilidade, não pelo escape imunológico”, segundo o artigo de pesquisa, que não foi revisado por pares.

A África do Sul anunciou a descoberta de uma nova variante, mais tarde chamada de ômicron, em 25 de novembro, quando os casos começaram a aumentar e a cepa se espalhou pelo globo. Os casos diários nacionais quase dobraram na quarta-feira (1), dias depois que países em todo o mundo interromperam os voos de e para a África Austral.

“Esta variante pode ser semelhante à delta em sua capacidade de se espalhar ou de ser contagiosa”, disse Anne von Gottberg, microbiologista clínica do Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis da África do Sul, em uma entrevista coletiva na quinta-feira (2). “No entanto, é a suscetibilidade da população que é maior agora porque a infecção anterior costumava proteger contra a delta e agora, com a ômicron, não parece ser o caso.”

Com a colaboração de Janice Kew.

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