Bloomberg — O Bitcoin despencou junto com outras criptomoedas neste sábado, em outra indicação da aversão ao risco que varre os mercados financeiros.
O maior token digital caiu para a faixa de US$ 42.296 durante a madrugada antes de reduzir parte das perdas. Por volta das 21h20 (horário de Brasília), a moeda digital estava sendo negociada a US$ 49.535, com queda de 7%.
O éter, o segundo maior token, teve baixa de 17,4% antes de reduzir as perdas para cerca de 10%. O segmento de criptoativos perdeu cerca de um quinto de seu valor, caindo para US$ 2,2 trilhões, de acordo com o rastreador CoinGecko.
As oscilações nas criptomoedas ocorrem em meio a um período volátil para os mercados financeiros. O aumento da inflação está forçando os bancos centrais a apertar a política monetária, ameaçando reduzir a força em favor da liquidez que sustentou os preços de diferentes ativos.
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A variante omicron do coronavírus também gerou aversão ao risco devido a preocupações sobre o que isso poderia significar para a reabertura econômica global.
As ações globais caíram mais de 4% em relação ao recorde de novembro, enquanto ativos considerados defensivos, como os títulos do Tesouro dos EUA, subiram.
Posições Alavancadas
Alguns compradores alavancados de Bitcoin tiveram fortes perdas na crise deste sábado, de acordo com Vijay Ayyar, chefe da Ásia-Pacífico com a criptomoeda Luno em Cingapura.
“Os mercados também estão agitados com toda a incerteza em torno do omicron, com casos aparecendo agora em muitos países”, disse ele. “É difícil dizer o que isso significa para as economias e mercados e, portanto, a incerteza.”
Cerca de US$ 2,4 bilhões em ativos expostos ao segmento cripto, tanto comprados quanto vendidos, foram liquidados no sábado, o maior valor desde 7 de setembro, de acordo com dados do Coinglass.com.
O Bitcoin, famoso por sua volatilidade, perdeu cerca de US$ 21.000 desde que atingiu um recorde em 10 de novembro. Mas ainda assim acumula alta de 60% este ano, proporcionando um retorno que ultrapassa muitos outros ativos.
O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, disse que o país comprou novamente a criptomoeda aproveitando queda no valor, adicionando 150 moedas. A nação adotou este ano o Bitcoin como moeda legal.
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“Como de costume, uma vez que os investidores cripto usam a alavancagem, isso resulta em ordens de venda em cascata e liquidações”, disse Antoni Trenchev, cofundador da criptomoeda Nexo. “Devemos encontrar sustentação em torno de US$ 40 mil e US$ 42 mil e, em seguida, recuperar na fila para um rali de fim de ano. Se isso não acontecer, podemos rever as mínimas de julho de US$ 30 mil a US$ 35 mil.”
(atualizado às 21h20 com cotações mais recentes)
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