Economia do Chile deve crescer de 3% a 4% em 2022, diz ministro

Rodrigo Cerda, ministro da Fazenda, diz que o país ainda se beneficia das medidas de apoio implementadas para enfrentar a pandemia

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Bloomberg — A economia do Chile pode se expandir de 3% a 4% no ano que vem, segundo o ministro da Fazenda do país, que minimizou a preocupação com uma recessão.

O país ainda se beneficia das medidas de apoio implementadas para enfrentar a pandemia de coronavírus e mantém bastante liquidez nos mercados, disse Rodrigo Cerda, 48, em entrevista a Dani Burger e Tom Mackenzie, da Bloomberg TV.

“No ano que vem, vamos normalizar a política fiscal, crescendo de 3% a 4%”, disse Cerda. O ministro aposta em um “impulso de crescimento” decorrente dos gastos públicos, mas não quis descartar uma desaceleração.

Os comentários minimizam riscos apontados por bancos como o JPMorgan, segundo os quais a economia chilena pode encolher em 2022 e a disputa presidencial acirrada complica o cenário político.

“O que estou vendo agora é que ambos os lados estão tentando se mover para o centro, o que é uma boa notícia para nossa economia e sociedade”, disse Cerda. “As pessoas estão procurando os votos do centro, e vamos buscar mais moderação.”

O economista formado pela Universidade de Chicago coordena a forte recuperação do Chile, com crescimento do PIB previsto em cerca de 11% este ano. Ainda assim, a expansão foi impulsionada por estímulos temporários implementados durante a pandemia, que agora estão sendo reduzidos. Ao mesmo tempo, o segundo turno das eleições presidenciais e a redação de uma nova Constituição aumentam a incerteza.

Cerda disse que o cenário político ficou mais calmo depois do primeiro turno das eleições, com mais apoio para o centro-direita e políticos migrando para o centro.

“No futuro, veremos muito mais acordo político, mais moderação em nossa discussão política”, disse Cerda. “Portanto, se vamos fazer mudanças, serão mais graduais. Essas são grandes mudanças na arena política. Há mais calma.”

Desde o início da pandemia, o Chile distribuiu auxílio em dinheiro para famílias e empresas, subsídios de emprego e medidas especiais de crédito. Além disso, o Congresso aprovou três rodadas de saques antecipados de fundos de pensão que injetaram US$ 47 bilhões na economia, e até avalia autorizar um quarto saque.

Em 19 de dezembro, eleitores vão às urnas para escolher entre o esquerdista Gabriel Boric e o conservador José Antonio Kast, na disputa mais decisiva desde o retorno do Chile à democracia há três décadas.

Boric é um ex-líder estudantil que deseja aumentar impostos, melhorar os serviços públicos e garantir mais igualdade. Em contraste, Kast é um advogado de direita que defende caga tributária mais baixa e mais incentivos para a iniciativa privada.

O futuro do modelo econômico pró-mercado do Chile, que impulsionou décadas de crescimento enquanto simultaneamente aumentava a desigualdade, também será determinado pela nova Constituição. Os trabalhos estão em andamento para a nova Carta Magna, que será submetida a referendo nacional em 2022.

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