Breakfast

Ômicron ameaça produção manufatureira global

Também no Breakfast: bolsas europeias se ajustam às perdas de ontem em NY, onde futuros agora sobem; Passageiros esperam até o último minuto para reservar voos e Caminho para ‘aço verde’ pode custar até US$ 278 bi

02 de Dezembro, 2021 | 07:10 AM
Tempo de leitura: 3 minutos

Bom dia! Hoje é 2 de dezembro de 2021 e este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias do dia

Nova variante de coronavírus pode apagar os ganhos em todo o mundo (Linh Pham/Bloomberg)

A atividade manufatureira global se estabilizou no mês passado, embora as dificuldades para obter componentes ainda existam e o setor agora lide com o desafio da variante ômicron do coronavírus.

Na zona do euro, onde a alta da inflação se soma aos novos riscos da pandemia, o principal indicador manufatureiro pôs fim a uma desaceleração de quatro meses desde a expansão recorde de junho e chegou em 58,4, segundo pesquisa final da IHS Markit com gerentes de compras.

Embora o número seja positivo, as severas restrições de abastecimento continuaram afetando as operações em toda a região. E com a chegada da nova variante ômicron, as expectativas não são lá muito alentadoras.A última variante do coronavírus constitui uma ameaça potencial à produção industrial em todo o mundo, depois que a variante delta forçou as fábricas a fecharem e prejudicou ainda mais as cadeias de suprimentos.

PUBLICIDADE
  • O PMI [Purchasing Manager’s Index] sólido mascara o quanto as condições de negócios são difíceis para os fabricantes neste momento. “Embora a demanda continue intensa, como indicado por uma melhora sólida no número de novos pedidos, as cadeias de abastecimento continuam se deteriorando a uma taxa preocupante”, disse Chris Williamson, economista-chefe de negócios da IHS Markit.
  • A escassez de insumos restringiu o crescimento da produção até agora no quarto trimestre, chegando ao nível mais baixo do último ano e meio, continuou o economista.

Na trilha dos Mercados

A volatilidade continua dando o tom nos mercados, que oscila ao sabor das notícias sobre a nova variante da Covid-19. Nos primeiros negócios desta manhã, os futuros de índices em Wall Street subiam, enquanto todas as bolsas europeias declinavam, numa tentativa de se ajustarem ao fechamento de ontem em Nova York.

O mercado orbita em torno do noticiário sobre a ômicron. Ontem, as praças europeias permaneceram no azul durante toda a jornada, com o Stoxx 600 subindo 1,71%, seu melhor rendimento diário desde maio. Mas as bolsas norte-americanas mudaram bruscamente de rumo e fecharam com forte queda. O S&P 500, que havia atingido um máximo de +1,88% durante o dia, terminou com perda de 1,18%. O Nasdaq caiu 1,34% e o Dow, 1,34%. A reviravolta foi provocada pela divulgação do primeiro caso de contágio pela ômicron nos Estados Unidos, uma reação exagerada ante um evento previsível.

Um panorama dos principais mercados

Na balança

Estes são os itens que tendem a ser vistos como positivos e negativos.

➖ Restrições impostas por vários países, sobretudo em viagens. O presidente Joe Biden deve divulgar novos requisitos para os viajantes que chegarem aos EUA. A França exigirá dos visitantes de fora da União Europeia um teste negativo, independente de seu status de vacinação. A Comissão da União Europeia fala em iniciar debates sobre a vacinação obrigatória, tema que encontra eco na chanceler alemã Angela Merkel.

➕➖ Os claros sinais do Federal Reserve (Fed) de que o programa de estímulo monetário está terminando pode ser encarado de duas maneiras pelo setor de renda variável. Por um lado, sinaliza que o Fed está atento à necessidade de controlar a escalada de preços e dá mais previsibilidade ao mercado. Por outro, deixa aberta a porta para um aumento dos juros, o que favorece os ativos de renda fixa.

➕ As notícias sobre a ômicron ainda são incertas e desencontradas, mas ajudou na confiança dos investidores a opinião do cientista chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS) de que as vacinas seguirão protegendo contra casos graves da doença, como o que aconteceu com outras variantes

➕ De resto, apesar da ômicron e da inflação ao redor do globo, o mercado tem acompanhado a divulgação de dados macroeconômicos sólidos, com destaque para emprego e produção nos EUA. A dúvida é saber se a nova variante muda o cenário de recuperação.

Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados

No radar

No Brasil:

  • PIB do 3º trimestre e Caged
  • Dados da produção industrial na sexta (3)

No exterior:

  • Países aliados da Opep podem reavaliar planos para retomar o abastecimento de petróleo
  • Pedidos iniciais de seguro-desemprego nos EUA
  • Relatório de empregos nos EUA, pedidos de fábricas, bens duráveis, sexta-feira (3)

Destaques da Bloomberg Línea

Também é importante

Opinião Bloomberg

O que mais precisamos fazer para colocar os navios no mar?

Passei quase 10 anos em alto mar – bem longe de qualquer sinal de terra. Durante as longas viagens, eu monitorava os enormes navios de carga civis e petroleiros que navegavam perto dos meus navios de guerra. Um sistema complexo mantém esses navios funcionando essencialmente 24 horas por dia, 7 dias por semana, movimentando cargas entre uma rede de megaportos globais. Quem os via, observava com respeito por seu tamanho e porte, com a sensação de que muitas vezes estavam quase em apuros.

Pra não ficar de fora

"A Negra", de Tarsila do Amaral, está à venda em Miami (reprodução)

Considerada a Monalisa brasileira, a obra “A Negra” de Tarsila do Amaral está à venda por US$ 4 milhões (R$ 22,5 milhões) pela galeria Henrique Faria de Nova York. O quadro está em exposição no Art Basel de Miami, a maior feira de arte do continente, que espera atrair 80 mil visitantes entre 2 e 4 de dezembro.

“A Negra” tem aquele olhar de esfinge, indecifrável, como a “Gioconda” de Leonardo da Vinci, exposta no Museu do Louvre, em Paris. O quadro, feito em 1923, mede 100cm x 80 cm, e é classificado como arte “naïve”, representando o chamado primitivismo modernista brasileiro.

Junto com o “Abaporu”, obra mais conhecida da artista, “A Negra” causou polêmica na última exposição de Tarsila do Amaral no Masp em 2019. Diferentemente dos demais quadros de Tarsila, o retrato não tem um nome próprio, tem uma feição anônima e foi criticado por “perpetuar as desigualdades raciais” no país.

Quer receber o Breakfast por e-mail? Registre-se gratuitamente no nosso site. E aqui você encontra as edições anteriores de nossa newsletter.
Por hoje é só. Bom dia!