Bloomberg — A variante ômicron do coronavírus está se espalhando mais rápido em Gauteng – epicentro do último surto na África do Sul – que a cepa delta ou qualquer uma das mutações anteriores, disse um conselheiro do governo da província.
Bruce Mellado afirmou em apresentação na quinta-feira (2) que esta é “a maior aceleração na transmissão comunitária já vista na África do Sul”. A descoberta é “consistente com o domínio de uma variante mais transmissível”, disse.
A África do Sul anunciou a descoberta de uma nova variante, mais tarde batizada de ômicron, em 25 de novembro, quando os casos começaram a aumentar e a cepa se espalhou pelo mundo. O número de casos diários nacionais quase dobraram na quarta-feira (1), dias depois que países de todo o mundo interromperam os voos de ida e volta para o sul da África.
Ainda assim, disse Mellado, a imunidade de infecções anteriores e o fato de que cerca de um quarto dos sul-africanos estão totalmente vacinados podem diminuir seu impacto. Cientistas do governo e atuários de empresas privadas estimam que entre 60% e 80% dos sul-africanos foram infectados nas primeiras ondas do vírus.
O número de casos ativos na província provavelmente atingirá o pico nas próximas semanas – estimativa é de 40 mil, ante mais de 100 mil durante a terceira onda no meio deste ano, disse Mellado. As hospitalizações devido ao Covid-19 provavelmente aumentarão para cerca de 4 mil, em comparação com 9,5 mil na terceira onda, declarou.
Mellado é professor da Universidade de Witwatersrand em Joanesburgo e usa modelagem para projetar a trajetória das infecções.
Um quarto dos 60 milhões de habitantes da África do Sul vive em Gauteng, província que inclui Joanesburgo e a capital Pretória.
Veja mais em Bloomberg.com
Leia também
Casos da ômicron agora se estendem dos EUA a Portugal
Executivo da Pfizer espera que vacina seja eficaz contra ômicron
Fim do rali em Wall Street? Ômicron é só mais uma de muitas preocupações