Índia: Mulheres da linha de frente de vacinação ameaçam greve

Junto de sindicatos, ativistas se queixam de salários baixos e condições de trabalho precárias

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Vestidas de rosa, há meses mulheres têm ido de porta em porta para convencer a população da Índia a tomar vacinas contra a Covid-19 em alguns dos cantos mais remotos do país, no interior e em favelas urbanas, muitas vezes arriscando a própria segurança.

Por seu trabalho, elas ganham cerca de US$ 40 por mês, um salário que mal dá para pagar as contas. Mais de um milhão dessas profissionais de saúde da linha de frente no país - fundamentais para a meta do primeiro-ministro Narendra Modi de imunizar toda a população e recuperar a economia de US$ 2,6 trilhões - estão prestes a parar.

Chamadas de Ativistas Sociais de Saúde Credenciadas, ou “Asha”, a palavra hindi para esperança, essas mulheres se unem a sindicatos para fortalecer a batalha contra o que chamam de apatia oficial crônica em relação às queixas sobre salários baixos e condições de trabalho precárias.

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Nove trabalhadoras da Asha, entrevistadas pela Bloomberg News na Índia, disseram que as autoridades que antes lhes garantiram melhores salários, equipamentos de proteção individual e condições seguras de trabalho não cumpriram essas promessas, apesar de dois dias de greve no ano passado. Pior ainda, algumas dizem que não recebem há meses.

O All India Trade Union Congress planeja protestos em Nova Déli, quando o parlamento do país estiver em sessão até 23 de dezembro, disse a secretária-geral Amarjeet Kaur. “Estamos conversando com outros sindicatos e planejando uma greve nacional em dezembro para todos os trabalhadores do esquema”, disse A.R. Sindhu, secretária nacional do Centro de Sindicatos Indianos, vinculado ao Partido Comunista.

A ameaça de outra greve chega em um momento crítico, quando a Índia ainda enfrenta o desafio para cumprir suas metas de vacinação. Até quarta-feira, apenas 32% dos 1,4 bilhão de indianos haviam recebido duas doses, de acordo com o rastreador de vacinas da Bloomberg, enquanto Modi tem uma meta ambiciosa de imunizar completamente todos os adultos até o fim do ano. Uma greve também pode complicar a situação, pois a variante ômicron do coronavírus representa um novo risco para os esforços de recuperação no mundo todo.

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