Bloomberg — A economista-chefe do Fundo Monetário Internacional, Gita Gopinath, deve assumir o lugar de Geoffrey Okamoto como a segunda autoridade mais importante na instituição, de acordo com anúncio feito nesta quinta-feira (2).
A mudança foi uma surpresa porque Gopinath, a primeira mulher a servir como economista-chefe do FMI, disse em outubro que planejava voltar para a Universidade de Harvard em 2022 para manter seu posto após três anos de serviço público.
O FMI disse em um comunicado que “algum realinhamento nas funções e responsabilidades da equipe de gestão sênior do fundo está sendo realizado.”
Por tradição, o primeiro vice-diretor-gerente é nomeado pelos EUA e pelo diretor-gerente do FMI. O Tesouro endossa esta escolha e está satisfeito com a restauração das responsabilidades profissionais desta função, de acordo com uma pessoa familiarizada com o cargo do departamento que pediu para não ser identificada.
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O primeiro vice-diretor administrativo “assumirá a liderança na vigilância e políticas relacionadas, supervisionará pesquisas e publicações importantes e ajudará a promover os padrões da mais alta qualidade para publicações de fundos”, disse o FMI.
Gopinath liderou o departamento de pesquisa do FMI durante a era da pandemia e a pior recessão desde a Grande Depressão. Ela ingressou na instituição financeira no início de 2019, sucedendo a Maury Obstfeld, depois de ter ensinado no departamento de economia de Harvard desde 2005. Ela tem doutorado em economia pela Universidade de Princeton, onde Ben Bernanke estava entre seus conselheiros antes de se tornar presidente do Federal Reserve. Outro conselheiro foi Ken Rogoff, um dos predecessores de Gopinath como economista-chefe do FMI.
Okamoto, que assumiu o primeiro cargo de vice-diretor em março de 2020, planeja retornar ao setor privado, de acordo com o comunicado. Antes de ingressar no fundo, ele foi secretário assistente interino do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos para finanças internacionais e desenvolvimento e um veterano nas negociações comerciais do presidente Donald Trump com a China.
Enquanto estava no fundo, ele ajudou a orientá-lo em questões do país e no fortalecimento de suas relações com os principais grupos multilaterais, incluindo o Grupo dos Sete e o Grupo dos 20, disse o FMI.
Durante seu tempo na organização, o FMI emitiu um recorde de US$ 650 bilhões em reservas para ajudar as nações a enfrentar a crise da Covid-19. A instituição também resistiu às acusações de que a diretora-gerente Kristalina Georgieva influenciou indevidamente a classificação do Banco Mundial sobre o clima de negócios da China quando era uma autoridade de alto escalão lá. O escândalo colocou os dados e previsões do FMI sob crescente escrutínio e representa um desafio para o fundo em termos de proteção de sua reputação e credibilidade.
Georgieva negou repetidamente qualquer irregularidade, e o conselho do FMI disse em outubro que sua investigação não demonstrou de forma conclusiva que ela desempenhou um papel impróprio no relatório em questão.
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