Barcelona, Espanha — A volatilidade continua dando o tom nos mercados, que tem oscilado ao sabor das notícias sobre a nova variante da Covid-19. Instantes atrás, os futuros de índices em Wall Street subiam, enquanto todas as bolsas europeias declinavam, numa tentativa de se ajustarem ao fechamento de ontem em Nova York.
O setor tecnológico é um dos que freiam a performance das bolsas com a notícia de que a Apple Inc. alertou os fornecedores de componentes sobre a diminuição da demanda por sua linha de produtos iPhone 13. As ações de viagens também se destacam pelo mau desempenho, pois a variante omicron continuou a aparecer em países ao redor do mundo, incluindo os EUA, Noruega, Irlanda e Coréia do Sul.
De fato, o mercado orbita sobretudo em torno do noticiário sobre a ômicron. Ontem, as praças europeias permaneceram no azul durante toda a jornada, com o Stoxx 600 subindo 1,71%, seu melhor rendimento diário desde maio. Mas as bolsas norte-americanas mudaram bruscamente de rumo e fecharam com forte queda, o que criou uma boa oportunidade hoje para as compras. O S&P 500, que havia atingido um máximo de +1,88% durante o dia, terminou com perda de 1,18%. O Nasdaq caiu 1,34% e o Dow, 1,34%. A reviravolta foi provocada pela divulgação do primeiro caso de contágio pela ômicron nos Estados Unidos, uma reação exagerada ante um evento previsível.
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Na balança
Estes são os itens que tendem a ser vistos como positivos e negativos.
➖ Restrições impostas por vários países, sobretudo em viagens. O presidente Joe Biden deve divulgar novos requisitos para os viajantes que chegarem aos EUA. A França exigirá dos visitantes de fora da União Europeia um teste negativo, independente de seu status de vacinação. A Comissão da União Europeia fala em iniciar debates sobre a vacinação obrigatória, tema que encontra eco na chanceler alemã Angela Merkel.
➕➖ Os claros sinais do Federal Reserve (Fed) de que o programa de estímulo monetário está terminando pode ser encarado de duas maneiras pelo setor de renda variável. Por um lado, sinaliza que o Fed está atento à necessidade de controlar a escalada de preços e dá mais previsibilidade ao mercado. Por outro, deixa aberta a porta para um aumento dos juros, o que favorece os ativos de renda fixa.
➕ As notícias sobre a ômicron ainda são incertas e desencontradas, mas ajudou na confiança dos investidores a opinião do cientista chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS) de que as vacinas seguirão protegendo contra casos graves da doença, como o que aconteceu com outras variantes. Além disso, GlaxoSmithKline Plc disse que seu tratamento com anticorpos Covid-19 parece ser eficaz contra a nova variante.
➕ De resto, apesar da ômicron e da inflação ao redor do globo, o mercado tem acompanhado a divulgação de dados macroeconômicos sólidos, com destaque para emprego e produção nos EUA. A economia americana cresceu a um ritmo modesto a moderado até meados de novembro, reconheceu ontem o Fed no seu Livro Bege. A dúvida é saber se a nova variante muda o cenário de recuperação.
Na agenda
No Brasil:
- PIB do 3º trimestre e Caged
- Dados da produção industrial na sexta (3)
No exterior:
- Países aliados da Opep podem reavaliar planos para retomar o abastecimento de petróleo
- Pedidos iniciais de seguro-desemprego nos EUA
- Relatório de empregos nos EUA, pedidos de fábricas, bens duráveis, sexta-feira (3)
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-- Com informações de Bloomberg News