Biden enfrenta nova onda de casos de Covid e ameaça da ômicron

Presidente americano deve detalhar novo plano para combater a pandemia, um dia depois que o primeiro caso da variante nos foi identificada na Califórnia

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Bloomberg — Cinco meses após o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarar que o país estava a ponto de derrotar a Covid-19, o coronavírus ameaça trazer mais surtos no inverno.

Nesta quinta-feira, Biden detalha o novo plano para combater a pandemia, um dia depois que o primeiro caso da variante ômicron nos EUA foi identificado na Califórnia. As medidas mais recentes incluem regras mais duras para testes de viajantes aéreos que chegam do exterior, obrigatoriedade do uso de máscara e exigência de reembolso de seguradoras privadas para testes em casa.

Os casos de Covid já aumentam em estados de clima mais frio, onde americanos começaram a se refugiar em ambientes fechados e escolas foram associadas a surtos, e autoridades de saúde pública dizem que enfrentam exaustão generalizada com medidas destinadas a prevenir infecções. A resposta de Biden é ainda mais complicada pela ômicron, cujas mutações cientistas acreditam podem torná-la mais transmissível e virulenta.

“Há muita fadiga da pandemia. As pessoas estão cansadas de pensar na Covid, estão cansadas de tomar precauções”, disse Natasha Bagdasarian, médica-chefe de Michigan. “Ter uma variante ainda mais transmissível potencialmente associada a um surto existente é nosso pior cenário.”

O primeiro caso confirmado da variante nos EUA foi detectado na Califórnia. A pessoa retornou da África do Sul em 22 de novembro e testou positivo, segundo informação dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças na quarta-feira.

O surto impulsionado pela variante delta, que começou em na época do discurso de Biden há cinco meses para marcar o feriado do Dia da Independência dos EUA e comemorar a reabertura do país, atingiu principalmente estados do sul, de clima mais quente e liderados por republicanos. Mas os focos mais recentes estão ocorrendo em áreas do norte, que são politicamente mais sensíveis para o presidente, como Michigan, Pensilvânia e New Hampshire.

Veja mais: Nova cepa pode prolongar desigualdade em acesso global a vacinas

Gretchen Whitmer, governadora democrata de Michigan, é candidata à reeleição em 2022, assim como a senadora de New Hampshire Jeanne Shaheen, do mesmo partido. Democratas esperam conseguir uma cadeira no Senado da Pensilvânia após a aposentadoria do republicano Pat Toomey.

Nova estratégia

Casos graves de Covid-19 continuam sendo esmagadoramente mais comuns entre não vacinados, dizem autoridades de saúde estaduais. Biden e equipe tentaram chamar a atenção para a ameaça da ômicron para vencer a resistência de americanos não vacinados.

“Estamos vendo claramente, em termos de mortes e hospitalizações”, que o aumento de casos ocorre entre pessoas não vacinadas, disse Bagdasarian.

Biden apresenta a nova estratégia nesta quinta-feira. Outros destaques incluem a promessa de entregar mais 200 milhões de doses a outros países nos próximos 100 dias, dobrar o número de testes gratuitos enviados a centros comunitários para 50 milhões, e avaliar mudanças nas diretrizes para escolas.

O plano estava em preparação antes do surgimento da ômicron. As vacinas, além da chegada iminente de pílulas antivirais, ajudarão a reduzir casos graves e mortes, que alguns dos conselheiros de Biden acreditam ser métricas melhores do que números de casos brutos.

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