Apple diz a fornecedores que demanda por iPhone está mais fraca

Empresa já havia cortado a meta de produção do iPhone 13 para este ano em até 10 milhões de unidades, contra os 90 milhões anteriores

Mesmo com baixa procura por novos modelos, analistas projetam aumento das vendas de 6%, para US$ 117,9 bilhões, nos últimos três meses do ano-calendário
Por Debby Wu - Takashi Mochizuki e Giles Turner
02 de Dezembro, 2021 | 08:09 AM

Bloomberg — A Apple, sob o impacto da crise de oferta global, agora enfrenta um problema diferente: desaceleração da demanda.

A empresa disse a fornecedores de componentes que a demanda pela linha do iPhone 13 está mais fraca, segundo pessoas a par do assunto.

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Devido à falta de peças, a Apple já havia cortado a meta de produção do iPhone 13 para este ano em até 10 milhões de unidades, o que deixaria o total abaixo do objetivo de 90 milhões, informou a Bloomberg News. Mas a empresa esperava compensar grande parte desse déficit no ano que vem, com a previsão de maior oferta. Agora, a Apple disse a fornecedores que esses pedidos podem não se concretizar, segundo as pessoas, que falaram sob anonimato.

Ainda assim, a temporada natalina da companhia pode ser recorde. Analistas projetam aumento das vendas de 6%, para US$ 117,9 bilhões, nos últimos três meses do ano-calendário. Mas não será o trimestre blockbuster que a Apple - e Wall Street - haviam imaginado. A escassez e atrasos das entregas frustraram muitos clientes. E, com a inflação e preocupações sobre a variante ômicron, consumidores cansados da pandemia podem desistir de algumas compras.

Isso pode significar ignorar o iPhone 13 por completo e esperar pela atualização em 2022, quando o sucessor do modelo for lançado. A linha atual, com preço inicial de US$ 799 para o modelo padrão e de US$ 999 para o Pro, é considerada uma atualização modesta do iPhone 12, que veio com um design totalmente novo. O modelo de 2022 deve trazer mais mudanças, o que pode levar alguns consumidores a esperar.

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A Apple, com sede em Cupertino, Califórnia, não quis comentar.

As ações da Apple chegaram a cair 1% no pré-mercado de Nova York, enquanto fornecedores na Ásia e na Europa ampliaram as quedas após o artigo da Bloomberg. Na Coreia do Sul, a ação da LG Innotek despencou 8,4%, enquanto o papel da japonesa TDK perdeu 3,6%. Na Europa, as ações da STMicroelectronics se desvalorizavam 3,9%, enquanto as da Infineon Technologies mostravam queda de 3,1%.

O iPhone é o carro-chefe da Apple e respondeu por cerca de metade da receita de US$ 365,8 bilhões durante o último ano fiscal, e lançar atualizações é uma estratégia delicada. Com o iPhone 13, Apple e operadoras de telefonia móvel apostaram em programas de descontos para atrair consumidores. Em alguns casos, proprietários de um iPhone 12 ou modelos anteriores podiam comprar um iPhone 13 a um preço baixo ou sem qualquer custo. Embora os programas de descontos ainda estejam disponíveis, alguns oferecem vantagens muito menores do que quando os novos modelos foram colocados à venda.

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