Bloomberg — As ações da Apple caíram depois da informação de que a fabricante do iPhone teria supostamente informado os fornecedores que a demanda por seu principal produto diminuiu, ofuscando os últimos valores recordes do papel.
Os papéis recuaram até 4,2% para US$ 157,80 na manhã desta quinta-feira (2), a maior baixa desde 4 de maio, depois que a Bloomberg informou que a Apple disse aos fabricantes de componentes que a demanda pelo iPhone 13 tinha enfraquecido. Fornecedores, incluindo a LG Innotek e a STMicroelectronics, tiveram queda nas ações na Ásia e na Europa. No final do dia, as ações terminaram negociadas a US$ 163,85, com baixa de 0,61%.
“Esses comentários se alinham bem com nossa perspectiva sobre um ciclo fraco do iPhone 13″, disse Pierre Ferragu, analista da New Street Research, referindo-se aos comentários da Apple aos fornecedores. “Não vemos o problema relacionado apenas a clientes frustrados com atrasos nas entregas. Pode ter contribuído, mas a questão é mais estrutural.”
Ferragu, que tem uma das duas únicas classificações de venda da Apple entre as monitoradas pela Bloomberg, espera que as encomendas de iPhone diminuam em 2022, à medida que os gastos do consumidor com eletrônicos se normalizam. Ele disse que a Apple poderia decepcionar com um alerta no Ano Novo.
Chris Caso, analista da Raymond James, teve uma visão diferente do relatório, dizendo que é “muito mais ambíguo do que os relatórios típicos da cadeia de suprimentos da Apple”. Caso, que avalia que as ações da Apple estão com bom desempenho, disse que as verificações feitas por sua empresa “não revelaram mudanças significativas”, e provavelmente seria uma surpresa se a Apple cortasse a produção.
A Apple, com sede em Cupertino, Califórnia, se recusou a comentar o relatório.
As ações continuam com alta de 20% neste ano e encerraram novembro em recorde. O analista da Wedbush, Dan Ives, que elogiou a empresa descrevendo-a como um porto seguro em meio à volatilidade do mercado, elevou seu preço-alvo de US$ 185 para US $ 200 - o mais alto entre os analistas acompanhados pela Bloomberg - em uma nota publicada antes do relatório sobre a desaceleração da demanda.
“O foco da análise da New Street Research tem sido a persistente escassez de chips para a Apple”, disse Ives em uma nota. “No entanto, existe uma demanda subjacente do iPhone 13 tanto nos Estados Unidos quanto na China, que, a meu ver, está bem acima das expectativas de Street.”
Enquanto isso, Rod Hall, do Goldman Sachs, disse em uma atualização semanal que o Goldman vê os prazos de entrega globais do iPhone cada vez mais curtos, “o que acreditamos sinalizar que a oferta e a demanda estão mais perto do equilíbrio”.
(atualizado às 19h10 com cotação do fechamento)
Com a colaboração de Thyagaraju Adinarayan, Kristine Owram, Bailey Lipschultz e Philip Sanders.
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