Miami — Há pouco mais de um ano, pplpleaser – uma artista de NFTs – estava desempregada. Nesta terça-feira (30), ela esteve na NFT BZL durante a Miami Art Week, falando sobre como a Web 3.0 diz respeito a “celebridades anônimas” e como isso representa uma “meritocracia”. Os criptoativos mudaram sua vida, assim como a de outras pessoas.
Artista de animação de formação, quando não conseguiu emprego, ela começou a criar arte como um hobby, mas logo conseguiu monetizá-la. Aliás, seu primeiro NFT foi vendido por 310 Ethereum (US$ 525 mil na época).
Seu nome verdadeiro é desconhecido, e esse é exatamente o objetivo: ela é anônima e apenas uma pessoa comum, mas a velocidade com que os criptoativos se popularizaram a tornou famosa, e essa é a parte de que ela realmente gosta em todo esse frenesi.
A NFT BZL, evento sobre o mundo dos NFTs, reuniu 5 mil pessoas e os ingressos esgotaram, segundo os organizadores. A conferência foi educativa e destinada a ensinar as pessoas sobre NFTs, criptoativos, blockchain e como eles funcionam juntos. Os palestrantes também falaram sobre como o frenesi dos NFTs chegou onde está hoje e qual seu potencial para o futuro.
Perfeito para Miami
Miami sempre gostou de coisas atrativas e novas, e não há nada mais novo que NFTs e o metaverso – que está sendo desenvolvido enquanto você lê esta frase. Sempre que surgir algo novo e promissor, pode ter certeza que Miami está no meio.
“Eu poderia equiparar esta feira à NFT NYC [outra conferência de NFTs]”, afirmou William Quigley, fundador da Tether – moeda digital vinculada ao valor de US$ 1. Também é a segunda moeda mais negociada na América Latina depois do Bitcoin.
No entanto, a pergunta continua a mesma: Miami se tornará o próximo hub de tecnologia, hub de NFTs, ou qualquer outro hub? Uma coisa é certa: a cidade e os líderes empresariais esperam que Miami se transforme em tudo isso. Mas desta vez parece que está realmente acontecendo.
“Basta olhar para o número de pessoas presentes – é um sinal de que Miami se tornou um centro de criptoativos”, disse Quigley. Quigley foi palestrante na conferência, junto com outras personalidades do mundo de criptoativos, como os fundadores do The Sandbox, Bill Tai e muitas outras “celebridades” das quais as pessoas comuns nunca ouviram falar, mas que estão surfando na onda dos criptoativos, que parece aumentar a cada dia.
“Organizar esta conferência faz com que as pessoas realmente levem [Miami] a sério”, disse Michelle Abbs, diretora-gerente da Mana Tech, uma das anfitriãs da conferência. “Não dá para negar o poder que está sendo criado e levando as pessoas até Miami”, acrescentou. De fato, é possível sentir o fervor no ar (e no Twitter).
O setor de tecnologia de Miami ainda é bem pequeno – há um círculo íntimo de pessoas que, embora tenha crescido exponencialmente no ano passado, faz com que coisas reais, grandes e concretas como uma conferência de NFTs com 5 mil pessoas ainda ocorram com um telefonema entre amigos.
“Will Weinraub [fundador do OnChain Studios] me ligou há alguns meses e disse ‘e se organizássemos uma conferência de NFTs?’; respondi ‘claro, mas vamos fazer um evento pequeno, para 200 pessoas’”, segundo Abbs. Essa pequena ideia durou pouco, até que a ampliaram para 700 pessoas, e agora ficou gigantesca.
E por que tanto burburinho?
Ao contrário da arte tradicional, que muitas pessoas adquirem por considerá-la bonita e por poderem usá-la na decoração, o apelo dos NFTs é diferente. Trata-se de fazer parte de um clube, que você só pode entrar se possuir o NFT correto, e de ganhar dinheiro, praticamente de um dia para o outro, é claro.
Embora esta não seja uma assessoria financeira, a Bloomberg Línea recebeu algumas dicas de investimento em NFTs de ninguém menos que Bill Tai, um dos capitalistas de risco que foi um investidor inicial na Zoom Technologies (ZTNO) e atualmente investe no Dapper Labs, grupo por trás de coleções de NFTs de sucesso, como CryptoKitties e NBATopshot.
“Eu busco comunidades amplamente engajadas”, disse. “A comunidade leva ao comércio, que leva à moeda”, acrescentou. Seu NFT favorito é o OnChain Monkey #808, que foi “cunhado” (ou seja, criado) por um de seus projetos chamado Metagood, um marketplace de NFTs para o bem social.
Mas será que é só burburinho? Provavelmente não, mas mesmo alguns dos líderes empresariais por trás do movimento não estão investindo seu próprio dinheiro. Moishe Mana, magnata do mercado imobiliário e incorporador por trás do bairro artístico de Wynwood, em Miami, e proprietário da Mana Tech, que organizou o evento, está abordando a onda como pôquer: ele acredita que a casa sempre ganha.
“Uma de minhas gerentes ficava me perguntando ‘Quando vamos investir em NFTs?’”. E eu respondi: ‘só porque somos donos do cassino não significa que vamos jogar’”, afirmou Mana em um almoço na véspera da conferência.
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