A intervenção direta da Turquia nos mercados de câmbio na quarta-feira, a primeira em sete anos, mostra que autoridades pretendem traçar um limite sobre o nível de tolerância para a queda da lira.
No entanto, por quanto tempo o banco central será capaz de proporcionar alívio à moeda dependerá essencialmente do tamanho do cofre e da disposição da autoridade monetária para esgotar esses ativos.
As reservas brutas do banco central turco somam US$ 128,5 bilhões, com US$ 60,5 bilhões provenientes de transações de swap da instituição, segundo dados mais recentes divulgados em 19 de novembro. Quando swaps e outros passivos como reservas exigidas são descontadas, o volume líquido cai para US$ 35 bilhões. O banco tem dito que as reservas brutas - o valor total à disposição no momento - são mais importantes do que a quantia líquida.
A intervenção do banco central nesta quarta-feira é significativa apenas pelos sinais enviados. Durante um período de estresse semelhante da lira em 2018, não houve nenhuma intervenção relatada. Em outras palavras, as autoridades podem estar dizendo aos mercados que a estratégia para evitar especulação com a moeda tomará uma direção diferente desta vez. Em 2018, o banco central elevou a taxa básica de 8% para 24% em um curto período para frear a desvalorização da lira.
Na semana passada, a lira caiu mais de 11% em relação ao dólar em um único dia, representando um choque de 10 desvios-padrão com base nas oscilações dos últimos cinco anos. A moeda se desvaloriza em linha com a redução dos juros pelo banco central, que cortou a taxa básica em 400 pontos-base desde o fim de agosto. A autoridade monetária tem reunião marcada para 16 de dezembro.
Nota: Este foi um post do blog Markets Live da Bloomberg. As observações são do autor e não pretendem ser um conselho de investimento.
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