Bloomberg — A pandemia fortaleceu o comércio entre Estados Unidos e China, apesar da escalada das tensões diplomáticas e militares.
É o que mostra o índice DHL Global Interconnectedness, segundo o qual as duas maiores economias do mundo ampliaram as trocas comerciais entre si mais rapidamente do que com outros países. O conflito comercial e medidas retaliatórias haviam enfraquecido o intercâmbio de pessoas e bens em 2019.
“O relatório de fato atesta que eles ficaram mais próximos no último ano”, disse o CEO da DHL Express, John Pearson, em entrevista à Bloomberg Radio. “A necessidade fundamental do ‘eu tenho o que você quer e você tem o que eu quero’ ainda está lá.”
Em 2019, o governo do então presidente Donald Trump aplicou um aumento tarifário de cerca de US$ 300 bilhões sobre produtos chineses. O governo de Pequim respondeu e elevou as taxas para bens dos EUA. As medidas levaram consumidores de ambos os países a comprarem produtos de outros mercados, o que reduziu a importância do comércio bilateral.
A tendência se inverteu durante a pandemia, pois restrições destinadas a frear a propagação do coronavírus levaram os americanos a gastarem menos em serviços como restaurantes e hotéis e mais em aparelhos eletrônicos e outros equipamentos. A China produz mais de 25% dos produtos manufaturados do mundo.
Este ano, as tensões entre os dois países foram alimentadas pelo teste com uma arma hipersônica pela China e um alerta de agentes do serviço de inteligência do Pentágono de que o arsenal nuclear chinês está crescendo mais rápido do que o esperado.
No entanto, o interesse em opções como localização e “nearshoring” (terceirização das operações em países mais próximos) diminuiu conforme as linhas de abastecimento se adaptaram à pandemia, disse Pearson. Há cerca de um ano, 83% dos líderes empresariais consideravam tais iniciativas como tópicos importantes da agenda. Agora, esse número caiu para 23%, acrescentou.
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