Mercados sobem com aceno de Powell de que controle da inflação é uma prioridade

Últimos comentários de especialistas sobre a eficácia das vacinas disponíveis contra a variante ômicron também ajudam a restaurar a confiança

As variáveis que orientarão os mercados internacionais
01 de Dezembro, 2021 | 08:38 AM

Barcelona, Espanha — Depois do recuo de ontem, as bolsas internacionais voltam ao território positivo. Os operadores colocam na balança comentários de especialistas sobre a eficácia das atuais vacinas para a nova variante ômicron. E reagem positivamente aos sinais do Federal Reserve (Fed) de que o combate à inflação está entre suas prioridades.

Há pouco, tanto as bolsas europeias como os futuros de índices em Wall Street operavam com alta. A renda variável na Ásia fechou no azul. O rendimento dos títulos de 10 anos do Tesouro norte-americano subiam, aproximando-se dos 1,50%. A brecha entre os prêmios dos bônus de cinco e 30 anos se situava no nível mais estreito desde março do ano passado. O petróleo e as divisas vinculadas às matérias-primas avançavam.

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A volatilidade dá a tônica aos mercados, que avaliam se a recuperação das economias na era pandêmica poderá resistir à redução do apoio dos bancos centrais, que também têm a difícil missão de controlar a escalada dos preços.

Leia também o Breakfast, uma newsletter da Bloomberg Línea: A variante ômicron já chegou ao Brasil

Uma panorâmica dos principais mercados

Retomando as apostas

🏦 Ontem, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, disse que a força da economia dos Estados Unidos e a elevada inflação podem justificar o fim das compras de ativos pelo banco central antes do planejado no próximo ano, embora a nova variante da Covid-19 represente um risco adicional para essas perspectivas.

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O que mais chamou a atenção no discurso de Powell foi a retirada da palavra “transitória” para descrever a perspectiva de inflação, renovando as apostas de uma ação mais enérgica na política monetária do Fed. Os mercados monetários sugerem alta de mais de 60 pontos base nos juros no final de 2022.

Um “tapering” mais rápido abre a porta para uma antecipação de uma alta dos juros, avaliam os operadores, que estavam quase desistindo das apostas de aperto monetário com o surgimento do ômicron. Os comentários de Powell provocaram um forte movimiento de alta dos títulos de Tesouro de curto prazo.

🦠 A outra notícia que estimula o apetite dos investidores por risco tem a ver com o ômicron. Após o fechamento dos mercados, a Food and Drug Administration (FDA) divulgou a aprovação da pílula antiviral da Merck. Ainda que não esteja claro como esta medicação atua nas infecções pelo ômicron, a proliferação de mais tratamentos para a Covid-19 traz algum alento. Além disso, porta-voz da Universidade de Oxford afirmou que, até o momento, não havia nenhuma prova de que as atuais vacinas não proporcionassem altos níveis de proteção contra casos graves da doença. O director-geral da BioNTech e o ministro da Saúde israelense expressaram sentimentos similares. Além disso, a União Europeia acenou com dados tranquilizadores, informando que todos os 44 casos confirmados “eram assintomáticos ou apresentavam sintomas leves”.

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Na agenda

No Brasil:

  • IPP de outubro- PMI Industrial Markit
  • Fluxo Cambial Estrangeiro
  • Balança Comercial
  • PIB do 3º trimestre e Caged na quinta (2)
  • Dados da produção industrial na sexta (3)

No exterior:

  • O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, fala no Comitê de Serviços Financeiros da Câmara
  • PMI de manufatura da zona do euro, hoje
  • Gastos com construção nos EUA, ISM da manufatura, Livro Bege do Fed, pesquisa de emprego ADP, hoje
  • Países aliados da Opep podem reavaliar planos para retomar o abastecimento de petróleo, quinta-feira
  • Pedidos iniciais de seguro-desemprego nos EUA, quinta-feira (2)
  • Relatório de empregos nos EUA, pedidos de fábricas, bens duráveis, sexta-feira (3)

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-- Com informações de Bloomberg News

Michelly Teixeira

Jornalista com mais de 20 anos como editora e repórter. Em seus 13 anos de Espanha, trabalhou na Radio Nacional de España/RNE e colaborou com a agência REDD Intelligence. No Brasil, passou pelas redações do Valor, Agência Estado e Gazeta Mercantil. Tem um MBA em Finanças, é pós-graduada em Marketing e fez um mestrado em Digital Business na ESADE.