Hidrovias do Brasil e Rumo se unem na logística de fertilizantes em Santos

Analistas consideram a parceria comercial como positiva e descartam potencial fusão e aquisição entre as duas empresas

Rumo e Hidrovias do Brasil anunciaram um memorando de entendimento para o transporte de fertilizantes no Porto de Santos (SP)
01 de Dezembro, 2021 | 02:22 PM
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São Paulo — A Hidrovias do Brasil e a Rumo decidiram se unir para explorar soluções de logística para o transporte de fertilizantes no porto de Santos (SP). As duas companhias informaram, nesta quarta-feira (1º), que assinaram um MoU (Memorando de Entendimentos vinculante), com validade de 180 dias, para a implantação da parceria.

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Em fatos relevantes, as duas companhias detalharam que o MoU estabelece operação em volume anual de 500 mil toneladas de fertilizantes, a ser operado pelas partes com garantia no formato “take or pay”, sendo que essa parceria comercial poderá diversificar ainda mais os serviços da operação da Hidrovias do Brasil em Santos.

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A solução logística integrada será implantada por meio da utilização do terminal portuário operado pela HB Santos, controlada pela Hidrovias do Brasil, e o transporte ferroviário operado pela Rumo e suas três controladas - as concessionárias de transporte ferroviário de cargas Rumo Malha Norte, Rumo Malha Paulista e Rumo Malha Central. A parceria depende de autorização de autoridades públicas bem como da emissão de devidas licenças, informaram as companhias.

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Após a divulgação dos fatos relevantes, as ações da Hidrovias do Brasil e da Rumo apresentaram valorização no pregão da B3. O papel da Hidrovias do Brasil (HBSA3) subia 2,95%, cotado a R$ 2,79, por volta de 13h, enquanto a ação da Rumo (RAIL3) registrava alta de 1,25%, vendida a R$ 17,79.

Fusão

O anúncio foi visto como positivo para a Rumo. “Notícias positivas para a Rumo, pois a empresa deve continuar aumentando o volume de cargas e consequentemente melhorando a rentabilidade do negócio”, comentaram, em nota, os analistas Victor Mizusaki (Bradesco BBI) e Ricardo França (Ágora Investimentos).

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Eles pontuaram que o contrato “take or pay” não representa um risco para a Rumo visto que o preço do frete ferroviário para transportar fertilizantes até o estado de Mato Grosso é mais barato do que o frete rodoviário, e a empresa possui acordos comerciais com clientes locais em Mato Grosso. “Não esperamos que este acordo comercial evolua para uma potencial fusão e aquisição entre as duas”, avaliou a dupla de analistas.

Eles lembraram que, em maio deste ano, a Pátria Infraestrutura IV Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia adquiriu 78 milhões de ações (10% do total de ações) com um preço médio estimado de aquisição de cerca de R$ 6,4 por cada HBSA3, resultando em um prêmio de 137% sobe o preço atual das ações. “Portanto, as discussões de avaliação parecem proibitivas se o preço das ações da Hidrovias do Brasil não se recuperar. Por outro lado, a Pátria Investimentos pode esperar, pois esse fundo de private equity se encerrará em 2029″, escreveram Mizusaki e França.

Eles mantiveram a recomendação de compra de RAIL3 e preço alvo de R$ 25 para final de 2022.

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Sérgio Ripardo

Jornalista brasileiro com mais de 29 anos de experiência, com passagem por sites de alcance nacional como Folha e R7, cobrindo indicadores econômicos, mercado financeiro e companhias abertas.