Bloomberg — Na batalha contra o coronavírus, os não vacinados estão sendo cada vez mais perseguidos.
Alemanha e Israel estão prestes a tornar as vacinas contra a Covid-19 obrigatórias, a Grécia está introduzindo multas e a Espanha está proibindo a entrada de alguns viajantes não vacinados. Apesar dos protestos, dificultar a vida de quem não quer se vacinar é uma tática cada vez mais promovida pelos governos, assustados com a disseminação da variante ômicron.
Estas são algumas das medidas contra os não vacinados implementadas por governos em todo o mundo.
Multas na Grécia:
O governo está tornando a vacinação obrigatória para todos os gregos com mais de 60 anos. A partir do próximo mês, quem se recusar a ser vacinado vai pagar uma multa de 100 euros (US$ 113) por mês sem vacina, e o dinheiro arrecadado será destinado para os serviços hospitalares. Na Grécia, apenas 60.000 das 580.000 pessoas não vacinadas com mais de 60 anos receberam a vacina em novembro.
Confinamento na Áustria:
O país com uma das menores taxas de imunização da Europa Ocidental permanecerá em lockdown até meados de dezembro. O chanceler Alexander Schallenberg prometeu então suspender as restrições às pessoas vacinadas ou recém-recuperadas da doença. As restrições de mobilidade para os não vacinados tendem a persistir, embora eles ainda possam trabalhar se apresentarem um teste negativo. As autoridades também estão elaborando planos para impor a obrigatoriedade de vacinação a partir de fevereiro, com multas de até 7.200 euros (US$ 8.151).
Proibições na Finlândia:
Bares e restaurantes finlandeses que se recusam a pedir apresentação de comprovante de vacinação contra Covid deixarão de servir bebidas alcoólicas a partir das 17h, em uma das últimas medidas impostas pelo governo. Autoridades de saúde na cidade de Kajaani, no norte do país, ofereceram doar 1.000 baldes de plástico para induzir as pessoas a se vacinarem, referindo-se a uma piada de que os finlandeses fazem fila para qualquer coisa em troca de um balde grátis.
Interdições de viagens na Espanha
A Espanha proibiu a entrada de viajantes do Reino Unido que não estejam totalmente vacinados. A partir de 1º de dezembro, o país só aceitará comprovante de vacinação para a entrada de adultos. O conselho do governo do Reino Unido também diz que as autoridades espanholas também não aceitam um certificado que comprove que a pessoa se recuperou da Covid.
Repressão na Hungria
O governo de Budapeste permite que os empregadores tornem a vacinação obrigatória para os funcionários, em um esforço para pressionar as pessoas a se vacinarem. Quem não o fizer pode ficar sujeito a licença sem vencimento.
Dinheiro na Eslováquia
O Ministro das Finanças da Eslováquia, Igor Matovic, quer distribuir cupons de 500 euros a todas as pessoas com mais de 60 anos que forem vacinadas, incluindo aquelas que já receberam a vacina. Algumas forças do governo se opõem aos cupons, que poderiam ser usados em restaurantes e hotéis, mas Matovic espera incentivá-los com o apoio de alguns legisladores da oposição no parlamento.
Contas médicas em Singapura
Em Singapura, aqueles que optarem por não receber a vacina agora terão que pagar suas próprias contas médicas se contraírem Covid. Pacientes que recebem tratamento e são internados em unidades de terapia intensiva podem ter que pagar cerca de S$ 25.000 (US$ 18.460), segundo uma estimativa média publicada pelo Ministério da Saúde.
Certificados na Lituânia
Muitos países da Europa exigem certificados de vacinação para entrar em bares e restaurantes, mas a Lituânia deu um passo além. Cidadãos com mais de 16 anos de idade devem apresentar certificados de imunidade contra Covid para entrar em qualquer restaurante ou cafeteria, shopping center, cinemas, salões de beleza ou qualquer outro local público ou evento em espaços fechados. A regra será ainda mais rígida a partir do final de dezembro e se aplicará a todos com mais de 12 anos.
O Governo também paga 100 euros a pessoas com mais de 75 anos que receberem a dose de reforço antes de 31 de março.
Obrigatoriedade nos Estados Unidos
O governo de Joe Biden emitiu uma ordem de emergência obrigando grandes empregadores privados a exigir vacinações ou exames periódicos. O Departamento do Trabalho disse que a exigência se aplicará a empresas com 100 ou mais funcionários e definiu o prazo até 4 de janeiro. O não cumprimento pode resultar em multas de até U$ 136.000.
Cerca de 5% dos trabalhadores não vacinados deixaram seus empregos quando o empregador impôs a vacinação, segundo pesquisa da Fundação da Família Kaiser realizada em outubro.
Professores ucranianos
Na Ucrânia, professores e funcionários do governo que não foram totalmente vacinados entrarão em licença sem vencimento. Restaurantes, shoppings e academias só podem funcionar se 100% de seus funcionários forem vacinados. O transporte público em todo o país está disponível apenas para pessoas vacinadas.
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