Nova variante adia frágil recuperação de viagens, diz EasyJet

Reserva de voos entre cidades foi a mais atingida, mas destinos com praias e mercados domésticos ainda mostram boa demanda

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Bloomberg — A EasyJet disse que a variante ômicron do coronavírus causou impacto na demanda de curto prazo, mas ainda não interferiu na recuperação das viagens aéreas.

A operadora de baixo custo do Reino Unido revisou os planos de capacidade para o trimestre atual, já que alguns clientes adiaram voos e outros têm esperado para fazer reservas, disse a empresa em comunicado na terça-feira. A reserva de voos entre cidades foi a mais atingida, mas destinos com praias e mercados domésticos ainda mostram boa demanda.

“O efeito disso definitivamente é muito mais nas partidas de curto prazo”, disse o CEO da Easy Jet, Johan Lundgren, em entrevista à Bloomberg Television. “Algumas pessoas estão alterando as saídas para o início do ano que vem, e também vemos que o próximo verão não foi nem um pouco afetado.”

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Os dados da EasyJet fornecem as primeiras pistas de como as novas restrições de fronteiras destinadas a frear a ômicron têm afetado a demanda por viagens aéreas. O setor tem recebido um golpe atrás do outro à medida que governos respondem às ameaças de saúde representadas pela pandemia de coronavírus, que já dura dois anos. Lundgren disse que, por enquanto, a queda da demanda após as medidas mais recentes não foi tão forte quanto antes.

“Ainda é muito cedo, e teremos de esperar que as coisas se acalmem”, disse. “Já vimos outras vezes, quando há notícias como esta, temos uma queda imediata. Não é tão significativa desta vez. Não está no mesmo nível de baixa.”

As ações da EasyJet chegaram a cair 2,7% pela manhã em Londres. Os papéis de outras companhias aéreas também perderam terreno depois que o CEO da Moderna disse que uma nova vacina pode ser necessária para combater a ômicron, devido às inúmeras mutações da variante.

Cautela em capacidade

A EasyJet adotou uma abordagem mais cautelosa ao aumentar o número de voos do que rivais como Ryanair e a húngara Wizz Air. Nesta última, a capacidade de assentos havia retornado ao patamar pré-pandêmico nos três meses até setembro.

A operadora britânica havia planejado elevar a capacidade para 70% do nível normal neste trimestre, mas cortou esse número para 65%. A meta agora é atingir a marca de 70% no segundo trimestre a partir de janeiro e algo próximo aos volumes de 2019 até o pico do verão do hemisfério norte. Para o analista do Bernstein, Alex Irving, a projeção é “tranquilizadora para a forma da demanda.”

Lundgren espera um ano fiscal marcado pela incerteza no inverno - quando a demanda é baixa e companhias aéreas costumam perder dinheiro - seguido por “uma forte retomada no verão”.

O crescimento em 2022 será impulsionado pelo aumento de slots operacionais no aeroporto de Gatwick em Londres, já a maior base da EasyJet, bem como em Milão-Linate e em Portugal. A operadora, por sua vez, busca expandir a frota operacional de aviões de corpo estreito da Airbus para 322 em relação a 308 no final de setembro.

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