Nem a ômicron é páreo para o Super Bowl da arte em Miami Beach

Art Basel começou com preços altos, participação de milhares de artistas e centenas de galerias, provando que o mundo da arte quer voltar ao normal em breve

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Miami — US$ 7 milhões por um Haring, US$ 24 milhões por um Picasso, US$ 3,8 milhões por um Banksy, US$ 4,8 milhões por um Warhol, US$ 3,2 milhões por um Ed Ruscha... Aparentemente, em Miami Beach, o mantra pós-Covid é “business as usual”, e a Art Basel dá uma ideia de como os eventos não esportivos de massa estão voltando a uma certa normalidade.

Segundo os organizadores da Art Basel Miami Beach, a nova edição da maior feira de arte do continente pode atrair cerca de 80 mil visitantes. Ou seja, o ritmo estaria semelhante ao observado em 2019, ano anterior à pandemia de Covid. Em 2020, o MCH Group, empresa suíça proprietária da Art Basel, cancelou as edições de suas feiras.

Apesar dos protocolos sanitários para visitantes do Centro de Convenções de Miami Beach, o fluxo esperado não deve diminuir. Com isso, a Art Basel Miami Beach, que alguns consideram o Super Bowl da arte do mercado norte-americano, dá uma sensação de normalidade recuperada a um negócio que, no primeiro semestre de 2021, movimentou cerca de US$ 1,3 bilhão.

Na edição de 2021 da Art Basel Miami Beach, os organizadores fecharam a participação de 253 galerias de todo o mundo em uma fusão de conceitos: desde artistas considerados históricos até clássicos modernos com “as novas peças das vozes emergentes da atualidade”, disse o MCH em comunicado.

A feira vai mostrar as obras de cerca de 4 mil artistas.

Segundo a Bloomberg News, certos protocolos de higiene se aplicam aos visitantes do Centro de Convenções de Miami Beach – principal local da feira. Entre eles, é solicitado teste negativo de Covid-19 ou comprovante de esquema vacinal completo, bem como o uso de máscaras dentro do recinto. O acesso ao centro ocorrerá por meio de reservas.

A feira, que foi inaugurada nesta segunda-feira (29) e vai até 4 de dezembro, gerou grande expectativa “não só por ser nossa primeira em dois anos nas Américas, mas porque a mostra nunca teve uma grande diversidade de vozes”, disse Marc Spiegler, diretor global da Art Basel, em comunicado.

Entre as atrações deste ano na Art Basel Miami Beach destaca-se a reedição de Meridians, plataforma para projetos de grande porte com curadoria de Magalí Arriola, diretora do Museu Tamayo da Cidade do México.

Segundo o UBS, em seu relatório semestral sobre o mercado de arte, os dealers terão de enfrentar o desafio de que as feiras têm diminuído como canais de distribuição de obras de arte. Fatores como a pandemia e o surgimento de novos modelos digitais fizeram com que as vendas em galerias e feiras caíssem em 2020, mas novos comportamentos já são observados.

As vendas diretas em galerias, segundo o UBS, passaram de representar 42% do total em 2020 para 55% no primeiro semestre de 2021. As vendas on-line passaram de representar 12% em 2019 para 30% em 2020 O desafio de feiras como a Art O Basel é recuperar a importância que possuem não só na exposição das obras, mas também na participação das vendas. Até agora neste ano, as feiras realizadas representam 7% do faturamento do total do negócio, chegando a 11% se forem consideradas as chamadas OVR (online viewing rooms) – reprodução digital de uma galeria.

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