Bloomberg Línea — Depois de consolidar sua posição no Brasil, como maior rede de distribuidoras de insumos agropecuários, e estar estrategicamente posicionada na Colômbia, a Lavoro quer acelerar sua atuação na América Latina. Nesta semana, Marcelo Abud, CEO da empresa, estará no Chile avaliando oportunidades para a expansão da empresa na região. Mas o país não é o único no radar do executivo. Na lista para a expansão do grupo ainda estão Paraguai e Peru.
Apesar de atividades agropecuárias distintas, os países onde a Lavoro está ou avalia entrar, todos possuem duas características em comum: um mercado de distribuição de insumos agrícolas pulverizado e consequentemente passível de consolidação, e com potencial de internacionalização.
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“Quando o Pátria decidiu captar o fundo cinco, foram analisados os setores em que o Brasil era competitivo e ao mesmo tempo com potencial de internacionalização e o mercado de distribuição de insumos foi o escolhido. Nos últimos quatro anos fizemos muitas aquisições, temos 20 empresas dentro do grupo e crescemos tanto em número de lojas, portfólio e serviços”, afirma Abud.
Números não oficiais do mercado de revendas agropecuárias indicam que a Lavoro possui cerca de 8% de participação do mercado no Brasil. Grupos como Agrogalaxy, 3tentos e Boa Safra realizaram seus IPO’s neste ano em busca de capitalização para financiar sua expansão e participar da consolidação do mercado de revendas agrícolas, que já está acontecendo no Brasil.
Paralelamente ao processo de internacionalização, a Lavoro deve concentrar esforços na digitalização dos seus negócios. “Entendemos que o produtor ainda não está preparado para uma transição de forma abrupta e por isso nosso objetivo é estar na jornada de compra deste produtor do início ao fim. Nesse sentido, estamos virando uma plataforma que oferece o produto e serviços para pequenos e médios produtores”, afirma Abud.
O executivo lembra que hoje já é possível realizar o tradicional barter dentro da plataforma da empresa, onde o produtor compra fertilizantes ou defensivos, por exemplo, e faz o pagamento com o grão que será colhido. “Já fizemos uma operação onde o produtor comprou um sistema de painel solar para a fazenda e pagou com grão direto para a trading. Uma espécie de barter sustentável”, afirma.
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