Bom dia! Hoje é 29 de novembro de 2021 e este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias do dia
Quando o assunto é Covid-19, a única certeza é que desempenho passado não é garantia de sucesso (ou fracasso) no futuro. O caráter volátil da pandemia fez com que nenhum dos países com os melhores desempenhos ficassem no topo durante todo o ano.
- Nova Zelândia e Singapura, que já foram número um em isolar o vírus e manter um nível de normalidade pré-pandemia durante a maior parte de 2020, sofreram um revés quando a variante delta se infiltrou em suas fortalezas Covid Zero, gerando novos lockdowns e restrições.
- Os Estados Unidos, que ficou no topo da lista brevemente em junho, e Israel – o mais rápido na vacinação e no encerramento das medidas de restrição no início de 2021 – foram pegos de surpresa quando o vírus se espalhou novamente durante o verão do hemisfério norte, principalmente entre os não vacinados.
Veja mais: Ações americanas e petróleo em alta em meio a cálculos de impactos da Ômicron
Os últimos lugares do Ranking também sofreram variação: países como México e Brasil ficaram no fim da lista até o início de 2021, quando o vírus atingiu suas populações, mas a América Latina evitou o pior da variante delta graças à vacinação e um alto nível de imunidade natural. Os países do Sudeste Asiático se tornaram os piores lugares para se estar na segunda metade do ano, pois a vacinação demorou na região, e novos surtos deixavam as economias (que dependem da exportação) cambaleando, segundo o Covid Resilience Ranking da Bloomberg.
- O surgimento da Ômicron também levanta questões políticas: o mundo rico precisa fazer mais para acelerar a vacinação em países pobres porque a Covid continuará gerando variantes até que o mundo todo esteja imune.
Na trilha dos Mercados
Depois da jornada “selvagem” na sexta-feira, com as bolsas mundiais derretendo em virtude da Ômicron, os mercados iniciam a semana no positivo. A expectativa de que as atuais vacinas podem ser adaptadas à nova variante do coronavírus, aliada aos relatos de que seus sintomas são mais suaves do que os de cepas anteriores, ajuda o mercado a recuperar a razão.
Nas primeiras operações de hoje, tanto as bolsas europeias como os contratos futuros de índices em Wall Street trabalham em alta. A Ásia terminou no vermelho, ecoando o fechamento da semana nos demais mercados.
Na sexta-feira, o mercado viveu momentos de pânico e fechou com forte queda: em Nova York, o S&P 500 caiu 2,27%, na maior desvalorização desde outubro de 2020. Já o europeu Stoxx 600 despencou nada menos que 3,67%, a pior queda diária desde a aparição da Covid-19 “original”, em março de 2020.
Novas peças no quebra-cabeças
Da noite para o dia, o mercado foi obrigado a repensar sua estratégia e a mudar suas apostas. De um lado, confia que as nações e os laboratórios darão respostas mais rápidas para frear o avanço desta nova variante, embora a Organização Mundial de Saúde tenha dito que levará algumas semanas para avaliar a gravidade da nova cepa. Por outro, repensa suas projeções sobre um aperto monetário.
”Só sei que nada sei”️
A frase atribuída ao filósofo Sócrates cai como uma luva na situação em que se encontram os investidores. A única certeza é a de que a variante Ômicron ainda é uma incógnita e entender o impacto desta nova cepa na economia será crucial para interpretar a reação do banco central norte-americano – e das demais autoridades monetárias, já que a escalada inflacionária se tornou um problema mundial.
Toda a expectativa em torno de um aumento mais precipitado dos juros – e, inclusive, de uma retirada mais veloz dos programas de recompra de títulos por parte dos bancos centrais -, pode cair por terra se as restrições de voos e de atividades afetarem as economias.
Predominava entre os operadores o sentimento de que o Federal Reserve (Fed) deixaria de irrigar o mercado já em dezembro, abrindo caminho para subir os juros e, assim, controlar a inflação no alvorecer de 2022.
Agora os traders já não estão certos das apostas de um primeiro aumento de 25 pontos base nos juros americanos até julho de 2022. No entanto, o presidente do Fed Bank of Atlanta, Raphael Bostic minimizou o risco da nova variante da Covid-19 para a economia dos EUA e disse que estava aberto a reduzir as compras de ativos em um ritmo mais rápido para manter a inflação sob controle.
Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados
No radar
No Brasil:
- PNAD Contínua do IBGE na terça (30)
- PEC dos Precatórios prevista para ser votada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado na quarta (1º de dezembro). Se isso ocorrer, pode ir ao plenário no mesmo dia. Em Brasília, as apostas são de alterações significativas no texto-base, o que deve fazer a PEC voltar à Câmara.
- PIB do 3º trimestre e Caged na quinta (2)
- Dados da produção industrial na sexta (3)
No exterior:
- Presidente Jerome Powell fala três vezes: nesta segunda, na terça (30) e na quarta (1º de dezembro), nas duas últimas junto com secretária Janet Yellen.
- Confiança do consumidor na zona do euro (novembro), hoje
- Índice de preços ao consumidor (CPI) da Alemanha e da Espanha, hoje
- Taxa de desemprego do Japão em outubro
- Sexta-feira (3) tem payroll nos EUA
Destaques da Bloomberg Línea
- Os projetos icônicos de Ruy Ohtake no Brasil e no exterior
- Ômicron: o que sabemos e o que não sabemos até agora
- Tesla: Unidade no limite da capacidade recebe US$ 188 mi em melhorias
Também é importante
- À frente do governo do Estado mais rico do país, o governador de São Paulo João Doria angariou trunfos ao se firmar como antagonista de Bolsonaro na gestão da crise da pandemia, liderou um esforço que fez o Estado produzir sua própria vacina, a Coronavac (da chinesa Sinovac com o Butantan) e a economia de São Paulo tem mostrado sinais de recuperação mais rápido que o restante do país. Mas o governador terá que lidar com problemas dentro e fora de seu partido para viabilizar a chegada ao segundo turno. Dentro do partido, um dos problemas se chama Aécio Neves, forte em Minas Gerais, segundo maior eleitorado do país e fundamental para chegar ao segundo turno. Doria e Aécio não se falam desde o episódio em que o mineiro foi apanhado em um áudio em que pedia dinheiro para Joesley Batista (JBS) e caiu em desgraça. Doria foi uma das vozes a cobrar a saída dele do partido.
- O governo da Alemanha canalizará US$ 67 bilhões para Fundo Climático. A principal promessa é zerar as emissões de carbono até 2045, além de acelerar a transição da economia para veículos elétricos.
- A vitória no primeiro turno de um candidato conservador na eleição presidencial do Chile, no último domingo (21), está dando alívio a algumas das famílias mais ricas do país depois de dois anos de convulsão política.
- A pandemia de Covid-19 eliminou vários anos de progresso social na Colômbia, sobrecarregando o país com níveis mais altos de estresse financeiro e desemprego, de acordo com o governo. A economia da Colômbia deve crescer quase 10% este ano, o ritmo mais rápido das últimas décadas, e o PIB já voltou aos níveis pré-pandemia.
Opinião Bloomberg
Tyler Cowen sobre desigualdade de gênero no mundo corporativo.
É claro que os estereótipos estão atrasando as mulheres. Apesar de terem desempenho tão bom quanto colegas homens, mulheres são menos consideradas como potenciais candidatas a promoção, aponta estudo
Pra não ficar de fora
Virgil Abloh, estrela do design da Louis Vuitton, morre aos 41. Filho de pais ganenses, o americano vinha em ascendência dentro do conglomerado de luxo. Ele tratava um câncer raro desde 2019.
“Estamos todos chocados”, disse o presidente da LVMH, Bernard Arnault, em uma postagem na conta oficial do grupo no Instagram. “Virgil não era apenas um designer gênio, um visionário, ele também era um homem com uma bela alma e uma grande sabedoria.”
No Instagram, Arnault disse que ele “lutou bravamente contra uma forma rara e agressiva de câncer, o angiossarcoma cardíaco. Ele optou por enfrentar sua batalha, em particular, desde seu diagnóstico em 2019, passando por vários tratamentos desafiadores”.
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