Todos os olhos no BC com inflação a quase 11%

Também no Breakfast: mercados se tingem de vermelho em todos os cantos do mundo com nervosismo por nova cepa do coronavírus

Por

Bom dia! Hoje é 26 de novembro de 2021 e este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias do dia

Mesmo com o IPCA-15 de novembro ligeiramente acima do esperado, o Banco Central (BC) deve manter a sinalização de um novo aperto de 1,5 ponto porcentual na sua reunião de dezembro, avaliam economistas. 

O número reforça a leitura do mercado de que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, está confortável com a orientação, depois de mostrar um tom mais brando, ou “dovish” como os operadores gostam de dizer, em sua fala na quarta-feira.

Campos Neto se disse preocupado com as expectativas de inflação acima da meta para o próximo ano, mas alertou sobre as perspectivas de crescimento prejudicadas pelo aumento das taxas de juros muito rápido. Do seu discurso, ficou entre os economistas a sensação de que ele não enfatizou a perseguição da meta em 2022 e tratou a alta dos preços como temporária.

  • A manutenção do ritmo se dará apesar de uma inflação generalizada e com evidências de efeitos secundários, dizem os analistas.
  • O IPCA-15 subiu 1,17% em novembro, acima da estimativa de 1,13%, na maior variação para esse mês desde 2002, segundo o IBGE. O maior impacto veio de transportes, em razão da alta da gasolina.

Na trilha dos Mercados

O que tinha tudo para ser uma manhã tranquila no mercado financeiro, que vinha animado com os últimos dados macroeconômicos dos Estados Unidos, se tornou uma debandada a ativos de menor risco. A descoberta de uma nova variante do Covid-19 na África do Sul trouxe preocupação e muita cautela aos investidores. A queda das bolsas é generalizada – Ásia, Europa e os contratos futuros de índices nos EUA se tingem de vermelho.

Hoje, o mercado spot norte-americano reabre depois do feriado de Ação de Graças. A jornada será mais curta devido ao Black Friday. Mas tudo indica que serão horas intensas e de nervosismo. As ações do setor de viagens e turismo recebem o golpe mais forte. O contrato para dezembro lastreado no S&P 500 chegou a ceder mais de 2%, na pior queda desde setembro. O europeu STOXX 600, que ontem fechou com 0,42% de alta, chegou a cair 3% nos primeiros negócios desta manhã.

A corrida em busca de refúgio levou os prêmios dos títulos do Tesouro de 10 anos a ceder 10 pontos base. O petróleo despenca, enquanto o ouro e o dólar, considerados um porto seguro em tempos de crise, avançam.

Aguando a festa

A notícia sobre a nova variante do coronavírus apaga parte do otimismo com os últimos dados macro dos EUA, que mostravam uma economia em franca recuperação. Também lançam dúvidas sobre uma campanha de Natal que prometia ser intensa. O entusiasmo com a expansão econômica e os balanços do terceiro trimestre levaram as ações globais a subir cerca de 16% este ano, resistindo a uma infinidade de riscos.

Forças contrárias

A nova cepa traz mais peso ao lado negativo da balança das bolsas. Somam-se ao temor dos mercados a escalada da inflação e a expectativa de que é questão de tempo para que os bancos centrais acudam a medidas de política monetária mais enérgicas, como o aumento dos juros.

Em contexto: Quase 100 casos foram identificados na África do Sul e vários países já se somaram ao movimento de proibição de voos provenientes do país africano. Diz-se que a variante B.1.1.529 mostra um número grande e atípico de mutações e é “claramente muito diferente” das versões anteriores. A Organização Mundial da Saúde (OMS) está se reunindo para analisar a gravidade da situação.

Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados

No radar

No Brasil:

  • Índice de Evolução de Emprego do CAGED (8h00)
  • Empréstimos Bancários (11h00)

No exterior:

  • Discurso de Christine Lagarde, Presidente do BCE
  • Preços de bens importados da Alemanha
  • Confiança do Consumidor da França e na Itália (novembro)

Destaques da Bloomberg Línea

Também é importante

Opinião Bloomberg

Max Weber tornaria a vacinação contra covid obrigatória

Aqui está uma escolha da vida real digna de reflexão. Digamos que você seja uma autoridade responsável pela elaboração de políticas públicas e, como eu, um liberal clássico - isto é, alguém que geralmente valoriza a liberdade individual. Agora você está lidando com outra onda de infecções por SARS-CoV-2 e examinando cenários que seus assessores apresentam a você.

Pra não ficar de fora

Andrés Iniesta, famoso atacante cujo último gol deu à Espanha sua primeira Copa do Mundo de futebol em 2010, foi repreendido pelos órgãos reguladores quando afirmou no Twitter que utilizava a exchange de criptomoedas Binance.

“Estou aprendendo a começar com a criptografia com a Binance”, escreveu o ex-jogador do Barcelona em seu tweet. A Comissão Nacional do Mercado de Valores da Espanha respondeu dizendo que é melhor estudar os riscos das criptomoedas antes de investir nelas ou recomendar que outros o façam.

Quer receber o Breakfast por e-mail? Registre-se gratuitamente no nosso site. E aqui você encontra as edições anteriores de nossa newsletter.
Por hoje é só. Bom dia!