Bloomberg Línea — O principal índice da bolsa brasileira absorveu o clima de caos do mercado externo e passou todo o pregão desta sexta (26) em forte queda. O recuo das ações ligadas a viagens e companhias aéreas foram as que mais pesaram no Ibovespa, principalmente depois que os Estados Unidos anunciaram restrições a voos de países no sul do continente africano. Enquanto isso, a Black Friday acabou por ficar de lado e as varejistas não puderam sustentar o bom humor dos mercados.
Na bolsa de Nova York, que encerrou o pregão mais cedo por conta do feriado, o índice Dow Jones fechou com baixa de 2,53% (905 pontos) e o S&P 500, de 2,27% (107 pontos). Foi o pior sell-off já visto numa Black Friday em 70 anos. O Nasdaq terminou com perdas de 2,23%.
As maiores perdas ocorreram nas ações de empresas aéreas, agências de viagens online e companhias ligadas ao setor de entretenimento com o temor de novas medidas de restrição sanitária para conter o avanço da nova cepa do coronavírus. Os papéis do site Booking Holding recuaram 7,21% e as da Expedia Group, 9,48%.
As perdas se estenderam para commodities como petróleo. O contrato mais negociado do petróleo do tipo WTI derreteu 13% para US$ 68,17 o barril.
- O Ibovespa fechou em queda de 3,39%, a 102.224 pontos, próximo das mínimas do ano. Na semana, a queda acumulada foi de 0,79%
- Papéis da Azul (AZUL4), Gol (GOLL4) e CVC (CVCB3) foram as maiores perdas percentuais do índice
- O dólar fechou em alta de 0,73%, a R$ 5,611, enquanto os vencimentos dos juros fecharam no vermelho. O DI para janeiro de 2023 caiu de 12,095% para 11,900%, e o vencimento para janeiro de 2027 recuou de 11,810% para 11,710%
- Nos EUA, com pregão encurtado, o Dow Jones fechou em queda de 2,53%, o maior recuo do ano, o S&P 500, 2,27%, e o Nasdaq 2,23%
Contexto
A nova variante da Covid, chamada B.1.1529, carrega um número excepcionalmente alto de mutações, disse François Balloux, diretor do UCL Genetics Institute, em um comunicado publicado pelo Science Media Center. É provável que tenha evoluído durante uma infecção crônica de uma pessoa imunocomprometida, possivelmente em um paciente com HIV/AIDS não tratada, segundo ele.
No fim da tarde, o presidente Joe Biden impôs novas restrições de viagens aos países do sul da África, juntando-se aos esforços de outros governos para tentar desacelerar a disseminação de uma nova variante da Covid-19 potencialmente preocupante, que está agitando os mercados globais.
O governo americano vai restringir viagens da África do Sul e de sete outros países a partir de segunda-feira (29), segundo altos funcionários do governo. Além da África do Sul, a lista inclui Botsuana, Zimbábue, Namíbia, Lesoto, Essuatini (antiga Suazilândia), Moçambique e Maláui.