Bloombreg — O presidente Joe Biden impôs novas restrições de viagens aos países do sul da África nesta sexta-feira (26), juntando-se aos esforços de outros governos para tentar desacelerar a disseminação de uma nova variante da Covid-19 potencialmente preocupante, que está agitando os mercados globais.
O governo americano vai restringir viagens da África do Sul e de sete outros países a partir de segunda-feira (29), segundo altos funcionários do governo. Além da África do Sul, a lista inclui Botsuana, Zimbábue, Namíbia, Lesoto, Essuatini (antiga Suazilândia), Moçambique e Maláui.
A política não se aplica a cidadãos americanos e residentes permanentes legais, embora eles ainda devam testar negativo antes de viajar para os EUA, de acordo com funcionários da administração.
A OMS apontou o vírus mutante, que chamou de Omicron, como uma variante preocupante, nesta sexta-feira (26), enquanto várias nações tomam medidas para interromper as viagens da região. Países da Europa suspenderam as viagens aéreas da região no início do dia, assim como o Canadá, enquanto o S&P 500 registrou sua maior queda hoje (26) desde fevereiro.
A ação é uma mudança de curso para os EUA, que no início deste mês abandonou as medidas para países ou regiões específicas e as substituiu por um sistema que depende do status de vacinação do viajante.
Um dos principais consultores médicos de Biden disse nesta sexta (26) que as autoridades agiriam após revisar os dados científicos com seus pares da África do Sul.
Autoridades de saúde americanas conversaram com seus colegas sul-africanos hoje (26) para coletar dados médicos e científicos sobre a variante recém-descoberta.
Anthony Fauci, um dos principais consultores de saúde de Biden, disse que eles usariam esses dados para decidir se tomariam medidas semelhantes às da União Europeia, do Reino Unido e de outros países, relativas à restrição de viagens.
“Apresentamos as possibilidades, mas não quer dizer que estas serão as medidas finais até que tenhamos algum motivo científico para fazê-lo”, disse Fauci à CNN hoje (26).
Não se sabe o quão significativa seria uma nova proibição de voos do sul da África por si só. Existem poucos voos diretos entre os EUA e a África do Sul. O mercado geral entre aquela região da África e os EUA também é relativamente pequeno em comparação com viagens domésticas e outros destinos internacionais, como a Europa.
Mas as ações das companhias aéreas despencaram, em um nível que não se via desde os primeiros dias da pandemia da Covid-19, com a notícia da proibição de voos. O índice Bloomberg EMEA Airlines chegou a cair 12%.
As novas restrições a viagens ameaçam desfazer o progresso que a indústria aérea teve com o aumento das viagens domésticas e a reabertura das viagens EUA-Europa, no início deste mês. Outros governos, incluindo Hong Kong, decretaram restrições a viagens na região.
Apesar de demonstrar preocupações sobre a nova cepa, o ministro da Saúde da África do Sul, Joe Phaahla, disse que novas proibições de viagens impostas ao país após a descoberta de uma nova cepa de Covid, especialmente pela UE, eram “injustificadas”.
As medidas “são completamente contra as normas e padrões” aconselhados pela Organização Mundial da Saúde, Phaahla disse durante uma coletiva de imprensa online.
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