Bloomberg — A União Europeia recomendará um prazo de 9 meses para a validade da vacinação contra a Covid-19 em viagens com destino ao bloco e também pretende priorizar viajantes vacinados.
A Comissão Europeia vai propor que os estados membros continuem recebendo todos os viajantes imunizados com vacinas aprovadas pelo bloco, segundo documento visto pela Bloomberg. Também pede que, a partir de 10 de janeiro, os países permitam a entrada de todos os que receberam vacinas aprovadas pela Organização Mundial da Saúde.
As atualizações propostas introduzem um novo prazo para que a imunização contra a Covid seja considerada válida, o que levaria à necessidade de doses de reforço depois de 9 meses.
As propostas, que incluem viagens com origem fora da UE, devem ser anunciadas ainda nesta quinta-feira.
Governos da UE pressionam para que o bloco ajude a atenuar as diferenças para garantir a livre circulação, em um cenário de abordagens contrastantes sobre a duração da vacinação e como administrar doses de reforço. A Comissão oferece recomendações que podem ser implementadas pelos países membros.
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Países da UE buscam combater a quarta onda da pandemia com vários graus de restrições em meio a taxas de vacinação desiguais. A Alemanha avalia a imunização obrigatória para alguns grupos vulneráveis, a Itália impôs regras para pessoas não vacinadas, e a Dinamarca estuda o uso de máscaras no transporte público. A Áustria restringiu viagens de lazer como parte de um lockdown de três semanas.
Como o número de casos continua a aumentar em toda a Europa, o braço executivo da UE planeja descontinuar, a partir de 1º de março, a chamada lista branca de países onde todos os viajantes têm permissão de entrada, independentemente do status de vacinação. A partir dessa data, pessoas vacinadas e recuperadas da Covid com um certificado digital da UE, ou um passe equivalente, poderiam entrar no bloco.
As regras revisadas também permitiriam viagens para a UE de crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos com um teste de PCR negativo feito antes da partida, mesmo que não tenham sido vacinadas. Países da UE podem exigir mais testes após a chegada, quarentena ou isolamento. As propostas precisam ser aprovadas pelos estados membros.
Como uma medida de proteção adicional, um teste de PCR negativo seria necessário para todos os viajantes vacinados com um imunizante aprovado pela OMS, mas que não teve o sinal verde do regulador de medicamentos da UE, como também para pessoas recuperadas de Covid, de acordo com as propostas.
Voos
A indústria de viagens tem observado os planos do bloco com atenção.
Depois de aumentar a capacidade de junho a outubro, companhias aéreas europeias começaram a recuar. O número de assentos oferecidos em voos na Áustria esta semana está 39% abaixo dos níveis de 2019, uma queda de 3 pontos percentuais desde o início de novembro, com base em dados do rastreador de voos OAG. Quedas semelhantes ocorreram na França e na Alemanha.
O revés provavelmente continuará até o Natal e pode ter impacto no planejamento das férias de verão de 2022, o que normalmente ocorre no fim do ano, disse o CEO da Ryanair, Michael O’Leary, em entrevista esta semana.
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