Opinión - Bloomberg

Mistura de Monster com Corona pode ser bastante energética

Combinação de operações da fabricante de energéticos com a Constellation, controladora da marca de cerveja, deve ser vantajosa

Nos negócios, sim; no bar, faça por sua própria conta e risco
Tempo de leitura: 3 minutos

Bloomberg Opinion — Essa sim vai ser uma incorporação monstra: a Monster Beverage, apoiada pela Coca-Cola e cujo logo agora ilustra o ringue do Ultimate Fighting Championship, estuda acordo com a cervejaria Constellation Brands. Esse mega acordo possivelmente fundiria cervejas, bebidas energéticas, licores, refrigerantes e até maconha em um impacto imprevisto para a indústria global de bebidas.

A Monster e a Constellation estão avaliadas em cerca de US$ 50 bilhões cada, e a união seria a maior do setor desde a aquisição recorde de US$ 120 bilhões da SABMiller pela Anheuser-Busch InBev em 2016. Embora a Monster tenha discutido a ideia com consultores, não está claro se a fabricante de bebidas energéticas está considerando uma combinação completa com a Constellation, segundo a Bloomberg News, que divulgou as deliberações no domingo (21). Uma fusão desse porte e complexidade pode trazer uma ressaca daquelas, então qualquer negociação pode, em vez disso, resultar em uma joint venture ou venda de ativos. As ações da Constellation caíam cerca de 1% na segunda-feira (22) de manhã, enquanto as da Monster subiam ligeiramente.

Veja mais: Monster estuda acordo com controladora da cerveja Corona: Fontes

Em qualquer caso, pode ser uma receita saborosa. Bebidas com infusão de maconha, hard seltzers (bebida alcoólica gaseificada) com cafeína – as oportunidades são infinitas, e essas empresas combinarão seus pontos fortes em novos produtos populares para clientes de ambas as empresas, incluindo fãs do UFC.

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Segmento de Cannabis tem o maior índice

A Constellation pode não ser muito popular, mas muitos de seus produtos são. A empresa, com sede em Victor, Nova York, começou como produtora de vinhos com marcas como Robert Mondavi antes de se expandir para o nicho de destilados, fabricando a vodka Svedka e a tequila Casa Noble, e depois comprando os direitos de venda das cervejas Corona e Modelo nos Estados Unidos. Cada etapa de sua expansão foi para uma nova área, já que alguns segmentos de bebida alcoólica desaceleraram. Isso levou a Constellation a se tornar a primeira empresa do tipo a fazer uma aposta significativa em um futuro mercado legal de maconha nos EUA, adquirindo uma participação na empresa de cannabis Canopy Growth em 2017. Essa participação agora está avaliada em cerca de US$ 1,7 bilhão, embora o presidente Joe Biden tenha agido mais devagar que o esperado para abrir o caminho para que as empresas de maconha operem com mais facilidade e legitimidade em todo o país.

Mesmo após todos os acordos, a Constellation ainda gera praticamente todas as suas receitas nos EUA, enquanto a Monster, com sede em Corona, na Califórnia, tem uma participação cada vez maior em outras partes do mundo. Suas vendas para a região Ásia-Pacífico aumentaram 69% de 2018 a 2020:

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Faturamento da Monster em 2018 e 2020 em diversas regiões

A Monster também sinalizou interesse em bebidas alcoólicas, mas seus executivos agiram com cautela, cientes da constante mudança do setor. Nos últimos anos, com o aumento da popularidade das hard seltzers, a categoria se expandiu e sua fama chegou ao pico. A Monster lançou recentemente o True North Pure Energy Seltzer, produto sem álcool que só aumenta as especulações sobre a expansão iminente da empresa para o nicho de álcool.

A Coca-Cola, principal acionista da Monster, traz mais complexidade ao acordo. Seus engarrafadores são alguns dos principais clientes e distribuidores globais da Monster.[1] O trio de bebidas poderia unir forças usando a rede de distribuição de bebidas alcoólicas da Constellation nos EUA e a rede internacional da Coca-Cola, mas esse acordo pode ser muito complexo. Os órgãos reguladores também podem não gostar que uma empresa desse porte consiga ameaçar outras empresas.

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Se as empresas estão tentando fechar negócio, os preços das ações de segunda-feira (22) não são tranquilizadores – eles quase nunca são em mega incorporações, o que tende a envolver preços mais altos e menos entregas. Mesmo assim, é fácil ver como as bebidas energéticas, as bebidas alcoólicas prontas para beber e a maconha seriam uma mistura atraente. Pelo menos, a ideia certamente irá energizar outras gigantes das bebidas que buscam novas maneiras de persuadir os consumidores a continuar comprando seus produtos.

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  1. A própria Coca-Cola está no meio de um processo de aquisição do restante da participação na fabricante de isotônicos BodyArmor por US$ 5,6 bilhões.

Esta coluna não reflete necessariamente a opinião do conselho editorial ou da Bloomberg LP e de seus proprietários.

Tara Lachapelle é colunista da Bloomberg Opinion e escreve sobre negócios na área de entretenimento e telecomunicações, bem como transações mais abrangentes. Ela já escreveu uma coluna sobre fusões e aquisições para a Bloomberg News.

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