Europa busca alinhamento sobre tempo de proteção da vacina contra Covid

Países tentam conter a quarta onda da pandemia e salvaguardar o livre trânsito de pessoas nos próximos meses

Alemanhã não descarta nenhuma medida sanitária
Por John Follain - Iain Rogers
23 de Novembro, 2021 | 07:56 PM

Bloomberg — Os países da União Europeia estão em busca de um acordo quanto ao tempo de proteção das vacinas contra a Covid-19 e como administrar as doses de reforço, enquanto tentam conter a quarta onda da pandemia e salvaguardar o livre trânsito de pessoas.

“Precisamos chegar a um acordo e definir uma regra comum quanto à duração da imunização promovida pelas vacinas, bem como o momento de administrar o reforço”, disse o ministro das Relações Exteriores de Luxemburgo, Jean Asselborn, a repórteres na terça-feira (23), durante o encontro de ministros europeus em Bruxelas. “É algo que deve estar padronizado em Luxemburgo, na Grécia, na Alemanha ou na França. Cada país funcionar de um jeito é totalmente contra os interesses dos cidadãos europeus. "

Os ministros estão discutindo maneiras de intensificar as campanhas de vacinação contra a Covid-19, que produziram resultados desiguais na UE, com as nações do leste europeu afetadas por baixas taxas de sucesso. Outra consideração entre eles é como conter a desinformação sobre as inoculações.

“Reforços são a prioridade número um”, disse Michael Roth, vice-ministro das Relações Exteriores da Alemanha, antes das negociações. “Isso também tem impacto sobre o passe digital da vacina. Precisamos trabalhar mais aqui para garantir que o maior número de pessoas possa circular livremente pela UE.”

PUBLICIDADE

Os governos europeus estão adotando uma miscelânia de políticas contrastantes à medida que a doença volta a acelerar. A Áustria voltou a impor bloqueio, a Alemanha diz que não pode descartar nenhuma medida, e a França, onde o primeiro-ministro Jean Castex testou positivo, está reforçando verificações de passe de saúde em áreas fechadas. A Bélgica decretou o retorno do home office obrigatório quatro dias por semana.

Vários ministros disseram que os estados da UE devem concordar quanto ao momento de administração das doses de reforço após a segunda dose e como incorporar os reforços aos certificados de vacinação da Covid-19, que os governos de todo o bloco estão usando para regular as viagens e o acesso a uma ampla gama de locais.

“Muitos subestimaram o desafio” representado pela pandemia, declarou Gasper Dovzan, secretário de Estado do Ministério de Relações Exteriores da Eslovênia.

Dovzan, cujo país atualmente ocupa a presidência da UE, pediu mais esforços “para superar a resistência à vacinação, para combater as notícias falsas sobre os efeitos colaterais e as consequências da vacina e, claro, encorajar os cidadãos a se vacinarem” para proteger os sistemas de saúde e manter o funcionamento do mercado interno.

A Comissão Europeia, braço executivo da UE, adotará mudanças nas regras de viagens do bloco esta semana que irão “promover e reconhecer o papel importante do Certificado Digital Covid da UE, que os viajantes hoje em dia levam consigo”, disse a comissária de saúde, Stella Kyriakides, ao Parlamento Europeu, na segunda-feira (23).

A comissão deve apresentar propostas aos embaixadores do bloco na quarta-feira (24) sobre como revisar as recomendações sobre viagens não essenciais entre a UE e outros países, conforme disseram diplomatas da UE que não quiseram ser identificados fazendo declarações sobre assuntos confidenciais.

Atualmente não há planos para conter as viagens, mas a evolução da pandemia e potenciais bloqueios podem acabar afetando as viagens até mesmo para as pessoas que foram vacinadas.

PUBLICIDADE

Com a colaboração de Richard Bravo, Katharina Rosskopf, Jorge Valero e Jillian Deutsch.

Veja mais em bloomberg.com

Leia também

Delta Air Lines vai cobrar taxa para não vacinados

Coronavírus pode ser ‘elefante na sala’ ignorado pelos mercados