Bolsas recuam com expectativa de Fed menos brando e Covid na Europa

Bolsas europeias e os futuros de ações em NY operam com declínio; petróleo cai ante espera de operadores por liberação de reservas dos EUA

As variáveis que orientarão os mercados internacionais
23 de Novembro, 2021 | 08:53 AM

Barcelona, Espanha — A definição sobre o comando do Federal Reserve (Fed), uma das incógnitas que rondavam o mercado, foi finalmente dissipada. Mas como os operadores vivem de fazer perguntas e projetar cenários, a questão levantada agora é se Jerome Powell assume o seu segundo mandato com uma posição mais “hawkish”, mais enérgica no combate à inflação. Adotará uma política menos branda - ou “dovish”, como o mercado gosta de qualificar?

Sabe-se que Lael Brainard, que estava com ele no páreo e assumirá a vice-presidência nos próximos quatro anos, é mais refratária a subir os juros básicos para frear a escalada dos preços. Mas o combate à inflação foi um tema central na coletiva de imprensa com o presidente Joe Biden e os dois economistas, cujas nomeações ainda necessitam a aprovação do Senado - o mercado dá como certo que não haverá resistência.

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Ao apostar em uma redução mais rápida do programa de compra de ativos do Fed, além de uma propensão maior à elevação dos juros, os investidores se deslocaram a ativos de menor risco. Depois de subir, as bolsas no EUA fecharam em queda ontem – o Dow escapou, com ligeira alta de +0,05%.

Há pouco, os contratos futuros de índices apontavam para uma desvalorização em Wall Street. Na Europa, as bolsas operavam com perdas, também afetadas pelas notícias sobre novos bloqueios e restrições de atividades no continente para frear o contágio da Covid-19.

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Os títulos do Tesouro dos Estados Unidos perdiam. A taxa de dois anos saltou quatro pontos base, ajudando a nivelar a curva de juros. O dólar operava estável perto de seu nível mais alto desde setembro de 2020.

Mercados voláteis e em modo "ajuste de preços"

A considerar

🛢️ O mercado trabalha com a expectativa de que o presidente dos EUA anuncie hoje a liberação da Reserva Estratégica de Petróleo do país, que poderia ser feita em conjunto com várias outras nações. Os futuros do petróleo em Nova York caíam abaixo de US$ 76 por barril. Diz-se que a Índia estaria planejando uma liberação de cinco milhões de barris. Os Estados Unidos, Japão, Coréia do Sul e a China poderão abrir reservas.

💵 As atenções também recaem sobre os índices de gestores de compras dos EUA e da Europa. Dados preliminares sobre o PMI composto da Alemanha surpreenderam positivamente, subindo em novembro para 52,8 pontos, frente aos 51,0 esperados e 52,0 pontos da leitura anterior.

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🪖 Os serviços de inteligência dos EUA detectaram a preparação de tropas e artilharia russas, o que possibilitaria uma invasão rápida e em grande escala da Ucrânia a partir de vários pontos caso o presidente Vladimir Putin assim o decida.

🏦 A bolsa do Japão está fechada por feriado

No radar

No Brasil:

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  • Receita Tributária Federal (14h30)

No exterior:

  • PMI da zona do euro e dos EUA
  • Decisão sobre taxas de juros do banco central da Nova Zelândia, quarta (24)
  • Atas do FOMC dos EUA, rendas e gastos pessoais, dados preliminares sobre os estoques do atacado (outubro), vendas de casas novas, PIB terceiro trimestre (segunda estimativa), pedidos iniciais de seguro-desemprego, pedidos de bens duráveis dos EUA, sentimento do consumidor da Universidade de Michigan, quarta (24)
  • Índice Ifo de clima empresarial na Alemanha (novembro), quarta (24)
  • Japão: indicadores PMI dos setores de manufatura de novembro, quarta (24)
  • Decisão de política monetária do Banco da Coreia, quinta (25)
  • Dia de Ação de Graças nos EUA: os mercados de renda variável e de renda fixa no país estarão fechados na quinta-feira

-- Com informações de Bloomberg News

Michelly Teixeira

Jornalista com mais de 20 anos como editora e repórter. Em seus 13 anos de Espanha, trabalhou na Radio Nacional de España/RNE e colaborou com a agência REDD Intelligence. No Brasil, passou pelas redações do Valor, Agência Estado e Gazeta Mercantil. Tem um MBA em Finanças, é pós-graduada em Marketing e fez um mestrado em Digital Business na ESADE.