Yuan sobe e comitê de câmbio chinês pede que bancos limitem especulação

Comitê de Câmbio da China - fundado sob orientação do banco central - encorajou os credores a serem neutros ao risco ao negociarem moeda estrangeira

Rápida valorização pode começar a prejudicar as exportações
Por Bloomberg News
22 de Novembro, 2021 | 02:48 PM

Bloomberg — Uma organização formada por participantes-chave no mercado de câmbio da China pediu aos bancos que limitassem as negociações especulativas em moeda estrangeira depois que o yuan atingiu a maior alta em seis anos, em relação aos seus pares.

O Comitê de Câmbio da China - fundado sob orientação do banco central - encorajou os credores a serem neutros ao risco ao negociarem moeda estrangeira para si próprios e para clientes, segundo fontes familiarizadas com o assunto. Os bancos foram aconselhados a rastrear melhor suas negociações proprietárias e melhorar a gestão de risco, disseram as fontes, citando uma proposta feita por membros importantes da organização, que foi distribuída aos outros membros.

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A mudança pode ser o mais recente sinal de que Pequim está ficando desconfortável com a rápida alta do yuan. A moeda teve o melhor desempenho nos mercados emergentes este ano, pois se beneficiou de exportações robustas e investimentos estrangeiros em títulos onshore. Em relação a uma cesta de parceiros comerciais, o yuan na semana passada disparou para o valor mais alto desde 2015, quando as autoridades desvalorizaram a moeda para fomentar o crescimento.

O CFEC sugere que os bancos realizem análises internas quando os volumes de negociação em mesas proprietárias se desviarem significativamente da norma, disseram as fontes, pedindo para não serem identificadas porque o assunto é privado. Negociações proprietárias 50% mais altas do que o nível do mesmo trimestre do ano anterior, ou mais de 15 vezes o porte das transações feitas em nome de clientes, podem ser consideradas anormais, disseram eles. Os bancos precisam informar seus achados ao CFEC.

A proposta é direcionada a mais de 50 bancos chineses e estrangeiros que operam no país e cobre mais de 90% do mercado de câmbio estrangeiro chinês, informaram as fontes. Ela não terá impacto na liquidez do mercado de câmbio, acrescentaram.

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As medidas visam fortalecer os padrões para os negócios de câmbio estrangeiro dos bancos, especialmente as mesas proprietárias, que tendem a fazer apostas especulativas em movimentos unilaterais nas moedas, segundo as fontes.

O Banco Popular da China, PBOC, pediu na semana passada às empresas e instituições financeiras que intensificassem a gestão do risco cambial e evitassem fazer apostas unilaterais no yuan. A volatilidade da moeda pode aumentar no futuro, com os bancos centrais estrangeiros começando a ajustar a política monetária, disse o PBOC em um comunicado sobre uma reunião realizada recentemente pelo CFEC.

A China deve aprofundar a reforma cambial orientada para o mercado, que inclui tornar a taxa do yuan mais flexível, reiterou o PBOC em seu relatório de implementação de política do terceiro trimestre, divulgado na sexta-feira (19).

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Embora o PBOC tenha se tornado mais tolerante com a volatilidade do yuan nos últimos anos, Pequim pode ficar desconfortável se sua rápida valorização começar a prejudicar as exportações e representar um risco para a estabilidade financeira.

“Em um momento de desaceleração do crescimento e provável moderação nas exportações à frente, a força do yuan está se tornando uma preocupação crescente”, disse Mitul Kotecha, estrategista-chefe de mercados emergentes para Ásia e Europa, da TD Securities, em Singapura. Este é mais um passo para limitar a pressão especulativa sobre o yuan, após ajustes mais fracos e a provável intervenção cambial em curso, acrescentou ele.

O PBOC estabeleceu sua taxa de referência para o yuan em 6,3952 por dólar, mais fraca do que a estimativa média de 6,3931 em uma pesquisa da Bloomberg com analistas e corretores. Essa é a terceira sessão consecutiva de fixação do yuan que é mais fraca do que o esperado. O yuan offshore subiu 0,1%, para 6,3834, a partir das 17:10, horário local.

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A Reuters relatou anteriormente que o CFEC propôs um plano para limitar os volumes de negociação nas mesas proprietárias dos bancos chineses. A organização, fundada em 2016, conta com representantes de agências reguladoras e instituições financeiras.

O CFEC disse que não estava imediatamente pronto para comentar a proposta quando contatado por telefone na manhã de segunda-feira (22).

Com a colaboração de Wenjin Lv e Chester Yung

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