Bloomberg — O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se prepara para anunciar a liberação da Reserva Estratégica de Petróleo do país em conjunto com várias outras nações já na terça-feira, segundo pessoas a par do plano.
A medida, provavelmente em conjunto com Índia, Japão e Coreia do Sul, seria um esforço sem precedentes por parte de grandes consumidores de petróleo para frear os preços depois da recusa da Opep+ em aumentar a produção a pedido dos EUA. A China anunciou que está em vias de liberar parte do petróleo de suas reservas estratégicas, dias depois do convite dos EUA para participar de uma venda conjunta.
Os planos ainda podem mudar, mas o governo dos EUA avalia liberar mais de 35 milhões de barris em um prazo determinado, de acordo com uma das fontes.
Representantes do Departamento de Energia dos EUA não responderam de imediato a um pedido de comentário. Uma porta-voz da Casa Branca disse que nenhuma decisão foi tomada sobre a liberação, que os EUA estão em contato com outros países e que várias opções para esfriar os preços estão sendo avaliadas.
Autoridades do governo da Índia com conhecimento dos planos disseram na segunda-feira que o país ainda não decidiu sobre o prazo e o volume de petróleo a ser liberado das reservas de emergência, mas que será um passo coordenado com outros grandes consumidores, como Japão e China.
Joseph McMonigle, secretário-geral do Fórum Internacional de Energia, disse em comunicado na segunda-feira que a Opep+ pode mudar o plano de reposição da produção se nações consumidoras venderem reservas de petróleo ou se houver piora da pandemia de coronavírus.
A TV Asahi do Japão informou na segunda-feira que o governo de Tóquio se prepara para liberar petróleo dos estoques nacionais. O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, havia dito que o governo estuda liberar as reservas em coordenação com países como os EUA.
A ação coordenada marcaria uma vitória diplomática para os EUA e um desafio para o controle que Arábia Saudita, Rússia e outros produtores da Opep+ têm do mercado.
Também representaria a maior liberação organizada de forma privada do petróleo armazenado nas principais economias. Medidas anteriores para acessar os estoques - como a liberação de 60 milhões de barris em 2011 na esteira de protestos e cortes da oferta da Líbia - foram coordenadas pela Agência Internacional de Energia.
Biden está sob pressão crescente para limitar o aumento dos preços da energia, que ameaçam minar a recuperação econômica do abalo causado pela pandemia. A Opep+ não atendeu ao pedido do presidente americano para elevar a produção de forma significativa e manteve o plano de aumentar a oferta em 400.000 barris por dia em dezembro.
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