Ações sinalizam abertura em queda nesta segunda com receio por Covid

Mercados futuros na Ásia amanhecem no vermelho, com investidores calculando o impacto dos novos casos e lockdowns na Europa

Movimento reflete a aversão ao risco por conta de novos casos da Covid
Por Andreea Papuc
21 de Novembro, 2021 | 07:46 PM

Bloomberg — O mercado de ações global sinaliza uma abertura em queda para esta segunda-feira (22), com preocupações pela retomada dos casos de Covid-19 na Europa e o risco da retirada mais rápida do estímulo do Federal Reserve pesando no sentimento.

  • Os futuros de ações do Japão, Austrália e Hong Kong caíam no início desta noite. Setores sensíveis às perspectivas econômicas levaram o índice americano S&P 500 a cair na sexta (19), enquanto o Nasdaq 100 subiu.
  • Os títulos do Tesouro se recuperaram na sexta, e a diferença entre os rendimentos nos vencimentos de cinco e 30 anos caiu para o menor valor desde março do ano passado.

O movimento reflete a aversão ao risco, uma vez que o aumento das infecções europeias empurrou a Áustria para um lockdown e levou a Alemanha a apertar o freio. Eles também seguiram os sinais de que o Fed pode considerar uma retirada mais rápida de seu programa de compra de títulos.

O dólar operava estável contra os principais pares. Na China, a força do yuan estará em foco depois de um órgão do governo pedir aos bancos que limitem as negociações especulativas em moeda estrangeira. Um consultor do banco central do país disse que a economia chinesa poderia entrar em um período de “quase estagflação”.

As ações globais em geral permanecem perto de recordes, lidando com uma série de preocupações, incluindo o aumento de casos de coronavírus e alta inflação que está levando os bancos centrais a apertar a política monetária. Outras incertezas incluem quem o presidente americano Joe Biden escolherá como o indicado para presidente do Fed, entre a governadora Lael Brainard e o titular Jerome Powell, bem como a saga sobre a suspensão ou levantamento do limite da dívida dos EUA.

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“As preocupações contínuas com a inflação e as taxas de juros provavelmente resultarão em ganhos mais restritos do que vimos desde março do ano passado”, escreveu Shane Oliver, chefe de estratégia de investimento e economista-chefe da AMP Capital, em um relatório.

Um trio de formuladores de políticas do Fed - o vice-presidente Richard Clarida, o governador Christopher Waller e o presidente do St. Louis Federal Reserve Bank, James Bullard - sinalizaram que o tópico de uma redução mais rápida pode entrar em discussão quando o Comitê Federal de Mercado Aberto se reunir em dezembro.

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Os investidores também estão monitorando a queda nos preços do petróleo. Japão e EUA pode fazer um anúncio conjunto sobre a liberação de reservas de petróleo ainda esta semana, de acordo com um relatório.

Em outros lugares, a tensão entre a Rússia e a Ucrânia continua. A inteligência americana detectou um aumento de tropas e artilharia russas, que se prepara para um ataque rápido e em grande escala à Ucrânia de vários locais se o presidente Vladimir Putin decidir invadir, de acordo com pessoas a par das conversas.

Alguns dos principais movimentos nos mercados:

Ações

  • S&P 500 fechou em queda de 0,1% na sexta, enquanto o Nasdaq 100 subiu 0,6%
  • Futuros do Nikkei 225 caíam 0,5% perto das 19h40, horário de Brasília
  • Futuros do índice S&P/ASX 200 da Austrália caíam 0,6%
  • Futuros do índice sul-coreano Hang Seng recuavam 0,4%

Moedas

  • Iene japonês era negociado a 113,92 por dólar
  • Yuan offshore era negociado a 6,3914 por dólar
  • O Bloomberg Dollar Spot Index subia 0,4%
  • O euro estava em US$ 1,1288

Títulos

  • O rendimento dos títulos do Tesouro de 10 anos caía quatro pontos-base para 1,55%

Commodities

  • Petróleo bruto West Texas Intermediate caía 3,7%, para US$ 76,10 o barril
  • Ouro recuava 0,7% para US$ 1.845,74 a onça

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