Bloomberg — As doses de reforço da vacina contra Covid da Moderna e da parceria Pfizer e BioNTech foram liberadas pelos órgãos reguladores dos Estados Unidos para todos os americanos com 18 anos ou mais, tornando mais milhões de pessoas elegíveis para a proteção extra, à medida que crescem as preocupações com uma possível onda de infecções no inverno.
Adultos que receberam sua segunda dose das vacinas desses fabricantes há pelo menos seis meses agora estão qualificados para receber uma terceira, de acordo com declarações das empresas e da Food and Drug Administration dos EUA, nesta sexta-feira (19).
As ações da Moderna subiam até 6,2% em Nova York perto das 11h33, horário de Brasília. As ações da Pfizer subiam 1,5%, enquanto os ADRs da BioNTech avançavam 3%.
Espera-se que um painel de especialistas que aconselham os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDCs) sobre as políticas de vacinas analise as evidências e dê mais orientações para a administração das doses de reforço em uma reunião, na tarde de hoje (19).
Doses de reforço das vacinas de RNA mensageiro estão disponíveis para pessoas com 65 anos ou mais, bem como outras que podem estar em maior risco de doença grave, desde meados de setembro. De acordo com as diretrizes federais, qualquer uma das três vacinas autorizadas - incluindo a da Johnson & Johnson - pode ser usada como reforço, independentemente da marca da rodada inicial de imunização.
As novas diretrizes “ajudarão a eliminar a confusão sobre quem pode receber uma dose de reforço e garantir que as doses de reforço estejam disponíveis para todos os que precisam”, explicou Peter Marks, diretor do Centro de Avaliação e Pesquisa Biológica da FDA, no comunicado da agência.
Mais de um terço dos idosos totalmente vacinados receberam um reforço na quinta-feira (18), segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças, e 17% dos adultos totalmente vacinados receberam uma dose adicional.
Expansões para os estados
A preocupação de que a eficácia das inoculações iniciais possa diminuir à medida que o clima esfria e mais pessoas se socializam em ambientes fechados impulsionou a medida mais recente de um uso mais amplo de reforços. Os dados apresentados aos reguladores de medicamentos dos EUA pelos fabricantes sugeriram que a eficácia diminui para todas as três vacinas atualmente autorizadas nos EUA.
A Pfizer pediu ao FDA para expandir o acesso ao seu reforço a todos os adultos no início deste mês. A Pfizer e a parceira BioNTech disseram que os dados de um grande ensaio clínico demonstraram uma eficácia relativa da vacina de 95% para quem recebe o reforço em comparação com aqueles que não receberam.
A Moderna pediu aos reguladores que ampliem o acesso aos reforços para todos os adultos esta semana. Os reforços da J&J estão atualmente disponíveis para todos os adultos que receberam a vacina de aplicação única há pelo menos dois meses.
Muitos estados americanos, incluindo Arkansas, Califórnia, Colorado, Kansas, Kentucky, Massachusetts e Novo México, bem como a cidade de Nova York, já optaram por disponibilizar amplamente as doses de reforço. Em muitas dessas áreas, os casos estão subindo após uma desaceleração no aumento repentino do verão do hemisfério norte, alimentado pela variante delta .
Perdendo energia
Ao mesmo tempo, alguns cientistas dizem que as evidências de que as vacinas estão perdendo seu poder protetor são poucas e a necessidade de reforços entre grupos mais saudáveis não é clara. Alguns também temem que o uso mais amplo de reforços possa prejudicar a confiança na série inicial. Além disso, existe um receio entre alguns profissionais, de permitir que pessoas mais jovens recebam a terceira dose de vacinas de RNA mensageiro, pelo risco de miocardite, um efeito colateral cardíaco visto principalmente em adolescentes do sexo masculino.
O governo Biden tem se empenhado muito em tornar as doses de reforço amplamente disponíveis. Em agosto, a Casa Branca prometeu disponibilidade imediata de doses suplementares antes que os reguladores as autorizassem, causando alguma resistência entre os especialistas e funcionários da FDA.
O CDC enfatizou em outubro, depois de autorizar as vacinas de reforço para quem recebeu vacinas da Moderna e da J&J, que continua focado em levar as vacinas a todos que não foram vacinados. Cerca de 69% do total da população dos EUA recebeu pelo menos uma dose de uma vacina até 18 de novembro, segundo a agência.
-- Com a colaboração de Robert Langreth e Riley Griffin.
Veja mais em bloomberg.com
Leia também
- Brasil ultrapassa EUA em taxa de vacinação completa
- Covid: Alemanha restringe atividades para não vacinados
- Subvariante mais infecciosa da delta se espalha pelo Reino Unido
© 2021 Bloomberg L.P.
