Bloomberg — Alguns dos maiores retornos de títulos do mundo em 2021 podem ser encontrados em países com histórico de defaults na América Latina.
Títulos em dólar do Equador registraram ganho médio acima de 25,7% na esteira da eleição à presidência este ano de Guillermo Lasso, favorito do mercado, enquanto o chamado “superbond” de Belize ofereceu retorno de 25,5% em meio ao plano de recompra do governo. A dívida soberana do Suriname, por sua vez, acumula alta de 15% este ano enquanto o país negocia com credores para reduzir a dívida.
Isso coloca países latino-americanos à frente de quase todos os pares em um índice de títulos soberanos em dólar de mercados emergentes monitorado pela Bloomberg, um forte contraste com as perdas observadas em muitos países desenvolvidos.
ara gestores de recursos que foram corajosos o suficiente para apostar nos títulos, os retornos são uma recompensa diante da alta incerteza política, inadimplência do serviço da dívida e negociações de reestruturação em andamento.
“Não há um fio condutor único”, disse a diretora-gerente da Stifel Nicolaus & Co., Nathalie Marshik. “Cada um deles é uma história idiossincrática.”
No Equador, os ganhos se concentraram no primeiro semestre, quando Lasso emergiu como o próximo líder do país e ofereceu políticas alinhadas com as apoiadas pelo Fundo Monetário Internacional. Esta semana, o presidente disse que os dados mais recentes mostram que o crescimento econômico deve atingir 3,5% este ano, impulsionado por melhora do mercado de trabalho e aumento das reservas internacionais. Como parte das reformas econômicas, Lasso se prepara para simplificar regulamentações com o objetivo de acelerar o crescimento e promover US$ 30 bilhões em investimentos.
O avanço em Belize coincidiu com um novo acordo com a Nature Conservancy para reduzir a dívida por meio da recompra de títulos em circulação. No início do mês, o acordo foi solidificado, juntamente com a promessa do governo de proteger oceanos da pesca predatória e outros riscos.
No Suriname, os títulos do governo ganharam em meio à reestruturação da dívida, um processo que foi paralisado sem um acordo finalizado com o FMI. O governo disse que esperava há mais de seis meses uma avaliação do conselho executivo do Fundo sobre o programa.
O único país a oferecer retornos mais suculentos do que os da América Latina é a Zâmbia, cujos títulos avançaram com o otimismo de que o novo presidente conseguirá fechar um acordo com credores. A Zâmbia suspendeu quase todos os pagamentos do serviço da dívida externa no ano passado.
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