Bloomberg — O Bitcoin perdeu quase 20% do valor em menos de duas semanas, provando que a extrema volatilidade continua sendo uma marca registrada dos investimentos em criptomoedas.
No entanto, no mundo do Bitcoin, é em grande parte comum que os investidores mantenham a convicção otimista intacta - em contraste com os mercados tradicionais, onde movimentos nessa escala são recebidos com alarme.
- A maior criptomoeda do mundo caía 0,5% para cerca de US$ 57.280 no início das negociações de Londres nesta sexta-feira (19), o sexto dia de quedas.
“A correção do Bitcoin não é um grande problema”, escreveu Craig Erlam, analista de mercado sênior da corretora Oanda. Embora uma quebra para US$ 50.000 “representasse uma grande correção das máximas, ainda seria relativamente pequena, considerando o quão longe a moeda chegou nos últimos meses.”
Alguns analistas dizem que uma forte retração é normal depois que os preços dispararam 40% em outubro. A repressão à criptografia da China e as novas disposições de relatórios fiscais dos EUA, vistas como hostis para os investidores, também azedaram o sentimento.
“Durante o inverno de 2016 e 2017, o que realmente tirou o fôlego do bitcoin foi o aumento das taxas de juros, com a liquidez do sistema sendo drenada”, disse Jamie Cox, consultor financeiro e sócio-gerente do Harris Financial Group.
As oscilações de preço de 20% ou mais não são incomuns entre as criptomoedas. Depois de bater um recorde de quase US$ 65.000 no início de abril, o Bitcoin despencou mais de 50% no final de junho antes de subir novamente. Depois de atingir quase US$ 53.000 no início de setembro, recuou cerca de 25% nas semanas seguintes.
Aficionados de ativos digitais estão acostumados a grandes oscilações e muitas vezes não se intimidam com retrocessos. Eles costumam ver o Bitcoin como uma reserva moderna de valor e proteção contra a inflação, embora tais argumentos sejam controversos.
“Quando vemos uma grande mudança, damos um passo para trás e perguntamos: algo mudou nos fundamentos? Houve um evento ou desenvolvimento material, ou é impulsionado por fluxos e sentimentos transitórios? " disse Hunter Horsley, executivo-chefe da Bitwise.
“Este movimento se parece com o último”, acrescentou Horsley. “Quando olhamos para os fundamentos, eles continuam a parecer incrivelmente otimistas.”
--Com a colaboração de Akshay Chinchalkar
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