Bloomberg — Olá, sou o Mark e faço cobertura da Apple. Como a fabricante do iPhone está redobrando seus esforços para se tornar um player no mercado automotivo, pode ser que minha presença aqui seja mais assídua.
Após sete anos de falsas partidas, atrasos e mudanças na gestão, o desenvolvimento de um carro elétrico da Apple está finalmente a todo vapor.
Sob o comando de seu novo líder, o diretor de software do Apple Watch, Kevin Lynch, a equipe por trás do projeto do carro agora está se empenhando para lançar um produto até 2025. Eles estão tentando projetar um veículo que, sem volante e pedais, não exigirá qualquer intervenção humana.
Um carro completamente autônomo tem sido o Santo Graal buscado pela indústria automotiva e uma ideia que a Tesla, a Waymo, da Alphabet, e outras empresas vem perseguindo há anos. Mas nenhuma empresa - além da Waymo, até certo ponto - conseguiu chegar nem perto. Está ficando cada vez mais difícil imaginar que carros que não necessitem do uso das mãos estejam amplamente disponíveis em apenas quatro anos.
Mesmo com seus vastos recursos e ambição, não acredito que a Apple alcançará a meta de um carro totalmente autônomo até 2025. Esse cronograma cheio de adrenalina é mais um fator de motivação para a equipe do que um prazo difícil de alcançar, mas eu prevejo os esforços para apresentarem pelo menos um protótipo até lá. É a meta de lançamento mais sólida que a Apple apresentou para seu veículo desde sua primeira tentativa em meados da década de 2010.
Tudo isso se encaixa previsivelmente no manual da Apple. Antes de Steve Jobs tirar o iPhone original de seu bolso, em 2007, o falecido fundador da Apple resumiu o que o dispositivo era na época: um produto “à frente do seu tempo” que superou todos os smartphones existentes. Esse é o modus operandi que tem definido todos os novos produtos importantes da Apple desde então: o iPad, Apple Watch e AirPods. É lógico que a Apple almeja o mesmo objetivo com seu carro: um veículo que elimine o envolvimento do motorista com uma experiência totalmente em viva-voz.
Uma questão persistente sobre o carro é o modelo de negócios. Não parece que a Apple tomou uma decisão final quanto ao destino de seu veículo: se será um serviço do tipo Uber ou Lyft ou a propriedade individual. Eu apostaria no último, no entanto. Enquanto a Waymo e outros seguiram o caminho do robotáxi para sua tecnologia, a Apple tem a tradição de vender seus produtos diretamente aos consumidores, não se importando com os desafios que isso possa representar.
O iPhone, o Apple Watch e o iPad são exemplos de produtos em que hardware, software e serviços se encontram no meio do caminho. Parece que o carro da Apple acabará por fazer o mesmo, misturando um design de veículo da Apple, um software da Apple dentro do carro e serviços avançados, como seu motor autônomo de inteligência artificial e recursos de mídia no carro.
Isso se alinha com a resposta que o CEO Tim Cook deu durante a apresentação dos lucros de janeiro, quando questionado sobre como a Apple avalia novas categorias de produtos. “O tipo de coisas que gostamos de desenvolver são as que têm demanda de hardware, software e serviços combinados”, disse ele. “A magia ocorre nesse cruzamento.”
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