Bom dia! Hoje é 19 de novembro de 2021 e este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias do dia
Depois de os frigoríficos brasileiros ficarem impedidos de exportar carne bovina para a China, até então maior destino dos embarques nacionais, as indústrias correm o risco perder acesso a mais um importante mercado. O governo dos Estados Unidos, que se tornou o segundo maior mercado para a carne brasileira após o embargo chinês, está sendo pressionado por produtores locais para suspender as importações do Brasil.
A National Cattlemen’s Beef Association (NCBA), uma das mais importantes associações de produtores dos Estados Unidos, enviou um pedido formal ao secretário de agricultura americano, Tom Vilsack, para que as importações de carne bovina do Brasil sejam imediatamente suspensas. Em uma dura carta ao Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a entidade pede que as restrições sejam impostas até que seja realizada uma completa análise de risco e revisado o processo que o Ministério da Agricultura brasileiro adota para detectar doenças e outras ameaças aos consumidores.
Por que isso é importante?
Uma restrição da carne brasileira ao mercado americano seria mais um duro golpe após a suspensão das vendas para a China. Isso porque, em outubro, os Estados Unidos importaram 8,84 mil toneladas de carne brasileira, volume duas vezes maior que o adquirido no mesmo período do ano passado. Desde janeiro deste ano, os embarques para o mercado americano seguem uma trajetória ascendente mês a mês, de tal forma que os Estados Unidos se tornaram o segundo maior destino do produto nacional após as restrições chinesas.
Na trilha dos Mercados
A fortaleza do mercado de ações norte-americano parece inabalável. Nem mesmo os claros sinais de que a escalada dos preços pode incitar uma política monetária mais austera, tornando os títulos de renda fixa mais atrativos, parece tirar o otimismo dos investidores.
Porém, hoje é dia de vencimento de opções de ações e isso promete adicionar volatilidade às operações. Considerando a proximidade do fim de semana e que não há nenhum catalisador relevante de caráter macroeconômico, o mais lógico seria que as bolsas descansassem. Mas em Nova York a maioria dos contratos futuros apontam para uma alta. Na Europa, as bolsas abriram positivas e agora oscilam de um campo a outro, com variações muito discretas.
O mercado parece já querer antecipar as boas notícias esperadas para a semana que vem, como a confiança do consumidor norte-americano, o índice IFO de clima do comércio e as cifras da Black Friday.
Do outro lado do mundo
Na Ásia, destaque para as notícias de que o grupo Alibaba reduziu suas perspectivas de receitas - em meio ao acirramento da competição, redução dos gastos do consumidor e restrições regulatórias -, o que contribuiu para a queda das ações de ações de tecnologia e levou o índice Hang Seng a amargar perdas de 1,07%. As ações do Alibaba chegaram a cair quase 11%.
Em sentido contrário, subiram os índices Shangai (+1,13%) e Nikkei 225 (+0,50%). No caso deste último, foi ajudado pela expectativa de que o novo primeiro-ministro Fumio Kishida divulgará um pacote de estímulos maior que o esperado para estimular a economia japonesa, de até 79 trilhões de ienes (US$ 690 bilhões).
Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados
No radar
No Brasil:
- Receita Tributária Federal (14h30)
No exterior:
- Preços industriais (IPP) da Alemanha em outubro
- Vendas do varejo no Reino Unido
- Pronunciamentos de membros de bancos centrais, entre eles: Christine Lagarde (BCE), Jens Weidmann (Bundesbank), Richard Clarida (Fed), Huw Pill (BoE).
Destaques da Bloomberg Línea
- Novos casos de Covid acendem alerta para festas de fim de ano
- Amazon traz disputa com Visa para mercado de varejo dos EUA
- Correlação entre Bitcoin e ações tech desaparece após pandemia
- CEO da Prada diz que entregará o cargo ao filho dentro de três anos
- Exchange de cripto Gemini busca capital com valuation de US$ 7 bi
Também é importante
- A Alemanha está pressionando os cidadãos para que tomem vacinas do Covid-19, anunciando planos para restringir muitas atividades de lazer para os não vacinados em quase todo o país.
- Os Estados Unidos pagarão à Pfizer US$ 5,3 bilhões por um pedido de 10 milhões de kits de sua pílula experimental Covid-19 começando no final deste ano.
- A empresa de logística VLI diz que pretende, ao longo dos próximos dez anos, reduzir em 15% suas emissões de gases do efeito estufa.
- O banco digital Cactvs, ligado ao ex-diretor financeiro do IRB Brasil Re, Fernando Passos, poderá assumir as operações da carteira bilionária de microcrédito do Banco do Nordeste, segundo uma pessoa familiarizada com o assunto, que pediu o anonimato, pois as informações ainda não são públicas.
Opinião Bloomberg
Eu assinaria o serviço pago do Twitter se ele fizesse algo diferente
O Twitter expandiu seu serviço de assinatura paga, conhecido como Twitter Blue, para os Estados Unidos, permitindo aos assinantes desfazer tweets, entre outras funcionalidades, por US$ 3 por mês Isso tudo é muito bom e parecerá atraente para os usuários avançados do site (pense em políticos, influenciadores e jornalistas), mas os novos recursos são bastante triviais.
Pra não ficar de fora
Um outrora badalado art dealer internacional confessou ter vendido as mesmas obras de arte para vários colecionadores em um esquema de fraude de US$ 86 milhões.
Inigo Philbrick, 34, que tinha galerias em Londres e Miami especializadas no pós-guerra e belas-artes contemporâneas, concordou entregar quase US$ 87 milhões ao governo como parte de um acordo feito com promotores federais em Manhattan nesta quinta-feira.
Philbrick pode pegar até 20 anos de prisão em uma sentença marcada para março.