Conheça a Canal Dstak, que levantou US$ 2,6 mi para e-commerce B2B

Empresa brasileira facilita processo para varejistas comprarem de atacadistas sem sair de casa

Vinícius Fernandes, Lucas Chitas eMarco Tulio Korehisa, cofundadores do Canal Dstak
Por Marcella McCarthy (Brasil)
17 de Novembro, 2021 | 10:00 AM

Miami — Os varejistas no Brasil tradicionalmente fazem viagens para comprar produtos no Brás, o maior distrito de vestuário do país, ou em outras localidades, com objetivo de renovar seus estoques. Os pedidos são pagos em grande parte em dinheiro e não é possível parcelar. Em um país como o Brasil, onde a segurança continua sendo um problema, não é seguro andar pela cidade com milhares de reais no bolso. Os varejistas vêm de todo o país, muitas vezes viajam de ônibus ou avião, pagam estadias em hotéis, a fim de fazer compras durante alguns dias. Para se ter uma ideia do tamanho do Brás, o distrito movimenta cerca de R$ 20 bilhões por ano.

Chegar lá pode ser uma viagem exaustiva que pode se tornar cara muito rapidamente.

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Ao longo dos anos, esses varejistas começaram a usar o WhatsApp e o Instagram para fazer algumas de suas compras, mas ainda assim enfrentam o problema do frete – por vezes, muito caro –, sem falar que não existe uma forma de parcelar (uma prática comum para consumidores no Brasil). Considerando que a maioria desses varejistas também não tem cartão de crédito, equilibrar o fluxo de caixa também se torna um problema.

“Algumas dessas pessoas andam pelo Brás com suas economias no bolso”, disse Lucas Chita, cofundador e CEO do Canal Dstak, novo marketplace de moda B2B on-line para varejistas.

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A empresa tem sede em São Paulo, no meio do Brás, e anunciou a conclusão de uma rodada de investimento semente de US$ 2,6 milhões.

Embora a Amazon e o Mercado Livre existam para atender aos consumidores, não havia uma solução semelhante para varejistas. Em 2019, a Zax lançou uma solução semelhante e, até o momento, a empresa levantou US$ 8,1 milhões, segundo o Pitchbook.

O Canal Dstak foi lançado em junho de 2020 e conta com 350 atacadistas e 130 mil usuários ativos por mês. A empresa oferece opções de pagamento flexíveis na forma de “compre agora, pague depois”, com prazo de reembolso de até seis meses e taxas de juros que variam de 4,5% a 15% ao mês, dependendo da duração do empréstimo.

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Os varejistas podem fazer pedidos em diversos atacadistas, que, então, enviam os produtos para o centro de distribuição do Canal Dstak. Os pedidos são organizados em uma única remessa e enviados aos varejistas, o que significa que os clientes só precisam pagar uma taxa de frete, que Chita diz ser 75%-80% mais barata do que as opções regulares. Os pacotes chegam entre 24 horas e 12 dias, acrescentou.

“Minhas avós eram varejistas, então conhecemos os pontos fracos”, disse Chita.

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A empresa – fundada por Chita, Marco Túlio Moraes Korehisa e Vinícius Fernandes – começou com roupas, mas se expandiu para bijuterias, cosméticos e calçados.

O Canal Dstak reconhece que sua base de clientes se beneficiaria de mais produtos financeiros no futuro e planeja desenvolvê-los, mas, por enquanto, usará o dinheiro desta rodada de investimentos para aumentar sua equipe de 35 para 60 funcionários e para recrutar novos vendedores. No momento, a lista de espera conta com 200 atacadistas.

“Quando nos tornamos essa plataforma de one-stop shop, na qual o comprador tem acesso a vitrines de diversas lojas, tornamos a vida desses empreendedores muito mais fácil”, disse Chita.

A rodada foi liderada por Valutia, fundo de capital de risco focado em startups em estágio inicial, e teve participação de SV Latam Capital, Verve Capital, Shilling VC, Rhombuz VC, Allievo Capital, BluStone e Crivo Ventures.

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Marcella McCarthy

Marcella McCarthy (Brasil)

Jornalista americana/brasileira especializada em tech e startups com mestrado em jornalismo pela Medill School na Northwestern University. Cobriu America Latina, Healthtech e Miami para o TechCrunch e foi fundadora e CEO de um startup Americano na área de EdTech. Baseada em Miami.