Art dealer confessa vender obra a vários colecionadores em fraude de US$ 86 mi

Inigo Philbrick, 34, que tinha galerias em Londres e Miami, concordou entregar quase US$ 87 milhões em acordo com promotores

Inigo Philbrick confessou vender mesmas obras para diferentes colecionadores
Por Chris Dolmetsch
18 de Novembro, 2021 | 08:50 PM

Bloomberg — Um outrora badalado art dealer internacional confessou ter vendido as mesmas obras de arte para vários colecionadores em um esquema de fraude de US$ 86 milhões.

Inigo Philbrick, 34, que tinha galerias em Londres e Miami especializadas no pós-guerra e belas-artes contemporâneas, concordou entregar quase US$ 87 milhões ao governo como parte de um acordo feito com promotores federais em Manhattan nesta quinta-feira.

PUBLICIDADE

Philbrick pode pegar até 20 anos de prisão em uma sentença marcada para março.

“Inigo Philbrick era um criminoso em série que aproveitou a falta de transparência no mercado de arte para fraudar colecionadores de arte, investidores e credores em mais de US$ 86 milhões para financiar seu negócio de arte e seu estilo de vida”, disse o procurador federal Damian Williams em um comunicado.

Philbrick assumiu total responsabilidade por suas ações, disse seu advogado, Jeffrey Lichtman, em um comunicado enviado por e-mail.

PUBLICIDADE

“Embora suas ações tenham sido desonestas e criminosas por natureza, ele faz parte de uma indústria doente de ponta a ponta, onde esse tipo de comportamento é tristemente comum”, disse Lichtman. “Dito isso, ele pede desculpas às vítimas e fará tudo o que puder para compensá-las.”

Philbrick entrou em cena como um jovem e ousado art dealer, oferecendo milhões por obras de artistas famosos, incluindo Jean-Michel Basquiat e Yayoi Kusama, e então desapareceu no final de 2019 em meio a uma onda de processos judiciais de colecionadores, incluindo os irmãos bilionários Reuben que o acusavam de vender o mesmas obras de arte para diferentes investidores, às vezes, a preços inflacionados.

Ele foi preso em Vanuatu, uma ilha do Pacífico, em junho de 2020, depois de passar meses foragido, e está sob custódia em Nova York desde julho do ano passado.

PUBLICIDADE

Philbrick, um cidadão americano que morava anteriormente em Londres, também concordou em ceder duas pinturas, uma sem título de 1998 de Christopher Wool e uma outra de 2018 de Wade Guyton.

O caso é o U.S. V Philbrick, 20-cr-351, U.S. District Court, Southern District of New York (Manhattan).

Veja mais em bloomberg.com