Bloomberg Línea — Em uma agenda tomada por encontros e reuniões com o governo e empresários russos, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, conseguiu garantias que a Rússia manterá seu fornecimento de fertilizantes ao Brasil. Segundo a ministra, o ministro do Desenvolvimento Econômico russo, Maxim Reshetnikov, assegurou o fornecimento de potássio e fosfato para o Brasil e, se possível, até o aumento do volume exportado a partir da próxima safra.
O encontro com os russos ocorre uma semana após o primeiro-ministro da Rússia, Mikhail Mishustin, anunciar em uma transmissão pela TV, que o país criaria a partir de dezembro cotas de exportação de fertilizantes fosfatados e nitrogenados. O objetivo seria evitar uma escassez no mercado interno em meio à alta dos preços do gás natural.
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“Tivemos aqui a garantia, tanto do governo russo, quanto das empresas de fertilizantes de que nós não teremos problemas com a entrega de fertilizantes, tanto de potássio, quanto dos fosfatos”, disse a ministra em vídeo postado em sua conta no Twitter.
A ministra disse ainda que a Acron, empresa russa de fertilizantes, irá ampliar em pelo menos 10% suas vendas para o Brasil. O governo brasileiro tenta encontrar fontes alternativas do insumo, depois de produtores terem reportado atrasos na entrega para a safra que está sendo plantada e riscos de perda de produtividade, especialmente para o plantio do segundo ciclo.
A ministra se reuniu com Vladimir Kantor, vice-presidente da Acron. Segundo postagem em sua conta no Twitter, a Tereza Cristina disse que a empresa russa informou sobre os prosseguimento das negociações para a aquisição dos ativos de fertilizantes nitrogenados da Petrobras, em Três Lagoas (MS).
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A agenda ainda contou com um encontro com Andrei Guryev, CEO da chinesa EuroChem, com quem a ministra tratou dos planos de investimentos da empresa no Brasil para aumentar a produção de fertilizantes. Além disso, a ministra se reuniu com o CEO da PhosAgro, Andrei Guryev.
Cota para carne bovina e suína
A ministra também ouviu do chefe do Serviço Federal de Vigilância Veterinária e Fitossanitária da Rússia, Sergey Dankvert, que o país abrirá por seis meses uma cota de importação de 300 mil toneladas com tarifa zero. Desse total, 200 mil toneladas são para carne bovina e outras 100 mil para carne suína. Uma missão russa deve desembarcar no Brasil no primeiro trimestre do próximo ano para uma rodada de vistorias a frigoríficos brasileiros, com o objetivo de habilitar novas plantas para exportação.