Bloomberg — As vendas no varejo dos Estados Unidos subiram pelo terceiro mês consecutivo em outubro, sinalizando que as famílias continuam gastando, mesmo com a inflação avançando na maior velocidade em décadas.
O valor das compras gerais no varejo subiu 1,7% no mês passado, o maior em sete meses, após um avanço de 0,8% revisado para cima em setembro, mostraram os dados do Departamento de Comércio nesta terça-feira (16). Excluindo gás e veículos automotores, as vendas avançaram 1,4% em outubro.
A estimativa mediana da Bloomberg com economistas mostrava um avanço de 1,4% nas vendas gerais.
- Após os dados, os futuros das ações americanas oscilaram, enquanto o rendimento do Tesouro de 10 anos flutuou e o dólar pouco mudou.
Dados do varejo americano
O ganho de base ampla nos gastos destaca como a poupança elevada e o aumento dos salários ajudaram os americanos a sustentar um ritmo robusto de gastos com mercadorias. Embora as vendas totais no varejo estejam bem acima dos níveis anteriores à pandemia, o recente colapso do sentimento do consumidor causado pela inflação pode causar uma moderação futura na demanda.
Veja mais: Pfizer fecha acordo para versões baratas de pílula contra Covid
Os preços nos EUA estão subindo no ritmo mais rápido em 30 anos, conforme as empresas repassam os custos crescentes de mão de obra e insumos para os clientes, mas é difícil dizer o quanto isso está impactando a demanda, uma vez que os números não são ajustados pela inflação. Os dados de consumo ajustados pela inflação para outubro serão divulgados na próxima semana.
Os resultados do Walmart e da Home Depot na terça-feira mostraram que as famílias estão mantendo uma demanda robusta por mercadorias, mesmo com a inflação mais alta pressionando o poder de compra. As vendas comparáveis no Walmart no último trimestre excederam as previsões, enquanto a varejista de artigos de decoração Home Depot relatou resultados mais fortes do que o esperado.
De acordo com o relatório do Departamento de Comércio, 11 das 13 categorias registraram aumentos nas vendas. As lojas de eletrônicos e eletrodomésticos tiveram um grande aumento nas vendas, assim como as lojas de materiais de construção e os varejistas externos, que incluem o e-commerce.
O ganho maior do que o previsto também pode refletir o avanço das compras de fim de ano, à medida que os consumidores correm para evitar atrasos nas remessas.
- As vendas de concessionárias de veículos automotores e peças cresceram 1,8%.
- A receita nos postos de gasolina aumentou 3,9%, o maior desde março, refletindo como os americanos estão pagando alguns dos preços mais altos na bomba em sete anos.
As receitas de restaurantes e bares, a única categoria de serviços no relatório, foram pouco alteradas em relação ao mês anterior, após um ganho moderado em setembro, ressaltando a persistência da pandemia.
O relatório sugere que o crescimento dos gastos do consumidor no quarto trimestre começou bem. O consumo pessoal desacelerou fortemente no terceiro trimestre, com a escassez, gargalos de transporte, preços em alta e a variante delta pesando sobre os gastos. Os economistas esperam que o consumo acelere nos últimos três meses do ano, em meio a uma melhoria do mercado de trabalho e da situação de saúde.
--Com a colaboração de Kristy Scheuble, Olivia Rockeman e Lisa Lee
Leia também