Bloomberg — O congestionamento de cargas de cobre nos portos chineses dá sinais de alívio, mas o volume ainda corresponde ao triplo dos níveis pré-pandemia.
Navios com capacidade para transportar cerca de 370 mil toneladas de concentrados semiprocessados do Chile e do Peru esperam para serem descarregados, segundo dados da IHS Markit. Embora o volume seja 13% menor que o de outubro, ainda está muito acima dos níveis do ano anterior e representa de 30% a 40% de todas as entregas mensais para a China dos dois principais países produtores do metal.
O congestionamento reflete parte dos problemas da cadeia de suprimentos global que resultaram, por exemplo, em um número recorde de navios porta-contêineres à espera para atracar em portos da Califórnia.
Embora commodities a granel sejam menos afetadas do que contêineres que transportam brinquedos e geladeiras, protocolos da Covid-19 em portos chineses causaram congestionamento durante a pandemia, de acordo com Juan Carlos Guajardo, que comanda a consultoria Plusmining. Isso significa uma espera de cerca de 10 dias por navios que transportam o concentrado da América do Sul para ser usado por fundições de cobre chinesas.
Os atrasos no lado da oferta ajudam a explicar o aperto nos mercados de metais globais, mas também há uma leitura negativa. O acúmulo de commodities pode ser em parte devido à desaceleração da demanda chinesa, com fundições e fabricantes sob pressão para reduzir as emissões e o uso de energia.
Ainda assim, Daejin Lee, analista da IHS Markit, espera que os gargalos diminuam no final do ano, com menos chegadas de remessas de graneis sólidos durante o inverno. Atrasos nos carregamentos do Peru em meio a protestos no país também podem reduzir o congestionamento nos portos da China, ainda que temporariamente.
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