Barcelona, Espanha — O mercado tem hoje uma agenda carregada de indicadores que darão um bom panorama da atividade da principal economia mundial. A expectativa geral é de que as leituras sejam favoráveis, o que pode beneficiar os negócios nos mercados financeiros, mas ainda há alguma tensão em torno dos dados que podem chegar sobre o consumo nos Estados Unidos, sobretudo quando a ameaça inflacionária paira no ar.
Os futuros de índices em Wall Street, que nos primeiros negócios da manhã operavam com discretas perdas, agora invertem o rumo. Ontem, as bolsas nos EUA perderam a força do dia e terminaram com pequena queda, quase no zero a zero. Na Europa, as bolsas amanheceram com rumos variados e agora operam com valorização.
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Na pauta
As atenções estão voltadas às vendas no varejo, produção industrial e à utilização de capacidade para outubro nos Estados Unidos. Na Europa, os destaques são a segunda estimativa do PIB da zona do Euro no terceiro trimestre e o desemprego no Reino Unido para setembro. As divulgações de balanços de grandes redes varejistas, como o Walmart e o Home Depot, são amplamente esperadas porque podem corroborar con a expectativa de uma boa campanha de Natal.
Pronunciamentos de membros de bancos centrais também serão acompanhados de perto, já que os analistas sempre estão à caça de pistas sobre as próximas investidas de política monetária.
Boas notícias
Ainda que não tenha trazido medidas concretas, a “cúpula” virtual entre o presidente Joe Biden e seu homólogo chinês Xi Jinping ecoa positivamente nos mercados. Os mandatários tentam estabilizar a relação entre os EUA e a China. Economia, acordos bilaterais e direitos humanos estiveram na pauta.
Também dos EUA vem uma notícia que, apesar de esperada, traz alento aos investidores: a assinatura, pelo presidente Biden, do pacote de infraestrutura de US$ 550 bilhões (R$ 3 trilhões). A perspectiva de investimentos chega em um momento politicamente complicado para Biden. Os americanos se sentem pessimistas sobre o rumo da economia ante a ameaça inflacionária. O aumento generalizado dos preços está fomentando entre os cidadãos o sentimento de que a economia não está indo na direção certa, apesar da queda do desemprego e do aumento dos salários.
Porém...
Ainda que o pano de fundo seja positivo, apreensões levam as cotações do mercado de renda variável a um movimento pouco consistente.
- As tensões geopolíticas entre Rússia x Ucrânia trazem incertezas, além de ameaçarem a provisão de gás à Europa, que já sofre com a escassez da commodity em plena temporada de frio.
- Os novos surtos de Covid-19, com alguns países europeus retomando as medidas restritivas para conter o contágio, podem afetar a recuperação econômica que está em curso.
- A nomeação do próximo dirigente do Federal Reserve (Fed), hoje presidido por Jerome Powell e cujo mandato expira em fevereiro, também deixa o mercado reticente. Não há data marcada, mas o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, já sinalizou que a informação está para ser revelada. Tanto o atual presidente como a governadora do Fed Lael Brainard foram entrevistados para o máximo posto do banco central.
Petróleo em ascensão
O petróleo segue sua trajetória de alta e os contratos futuros da commodity estão acima dos US$ 81 em Nova York. Os investidores se questionam sobre a possibilidade de os EUA liberar petróleo cru de suas reservas de emergências para esfriar os preços. O repique dos preços este ano se justifica pelos dados de recuperação econômica e a constatação de que a demanda, neste cenário, só tende a aumentar.
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No radar
- Banco Central divulga IBC-Br, considerado uma prévia do PIB, às 9h
No exterior:
- Os presidentes regionais do Fed Thomas Barkin, Esther George, Raphael Bostic e Patrick Harker falam hoje em vários eventos
- O presidente do Banco de la Reserva de Australia, Philip Lowe, faz um pronunciamento hoje
- Atas da reunião de novembro do banco central australiano, hoje
- Ventas ao varejo nos Estados Unidos, hoje
- IPC da zona do euro, amanhã (17)
- Construção de casas nos EUA, amanhã (17)
- Índice do Conference Board dos EUA, pedidos iniciais de seguro-desemprego, quinta (18)
- Mais pronunciamentos de membros do Fed, desta vez Richard Clarida e Mary Daly, sexta (19)
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-- Com informações de Bloomberg News