Bloomberg — A Áustria está pedindo que pessoas não vacinadas fiquem em lockdown a partir de amanhã (15), a medida mais drástica de um país da Europa Ocidental para desacelerar a última onda do coronavírus.
Os casos europeus chegaram a quase 2 milhões na semana passada, o máximo em uma única semana na região desde o início da pandemia. A Holanda e a Letônia impuseram novas medidas, enquanto a Alemanha está considerando novas restrições depois que os casos atingiram níveis recordes.
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Globalmente, os governos que desejam fazer a vida voltar ao normal estão cada vez mais procurando maneiras de forçar mais pessoas a serem vacinadas - desde colocar pessoas não vacinadas em licença forçada até recusar-se a pagar por seus cuidados médicos.
A Áustria precisa aumentar sua “taxa de vacinação vergonhosamente baixa”, disse o chanceler Alexander Schallenberg em uma entrevista coletiva em Viena. “Não estamos dando esse passo levianamente. Mas, infelizmente, é necessário.”
Novo lockdown da Áustria para não vacinados: o que isso significa?
- As pessoas que não foram vacinadas só poderão sair de casa para trabalhar, estudar, atender a necessidades médicas, comprar mantimentos ou tomar um pouco de ar fresco.
- Pessoas não vacinadas que infringirem as regras ao entrarem em locais como lojas de varejo ou cinemas estão sujeitas a multas a partir de 500 euros (US$ 572). As empresas que violarem as novas regras enfrentam multas a partir de cerca de 3.000 euros. Grupos que conspiram para fugir ativamente dos regulamentos podem ter que pagar 30.000 euros.
- O Ministério do Interior da Áustria disse que os controles policiais serão potencialmente realizados em todos, o que significa que mesmo as pessoas vacinadas não devem sair de suas casas sem portar um comprovante de vacinação.
- As pessoas vacinadas ainda poderão fazer compras, comer e participar de eventos culturais. Grupos de comércio calculam que as novas regras podem custar até 350 milhões de euros em vendas por semana.
- As novas regras vigorarão até pelo menos 24 de novembro.
Apenas cerca de 65% dos austríacos estão totalmente vacinados, um dos mais baixos da Europa Ocidental, e abaixo dos níveis que se acredita criar imunidade coletiva contra o vírus.
A taxa de inoculação da Áustria está bem abaixo de vizinhos como França e Itália, embora muito acima de grande parte da Europa Oriental. Na Eslováquia, cuja capital Bratislava fica a menos de 50 milhas de Viena, apenas 43% estão totalmente vacinados.
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A média de casos de Covid de 7 dias na Áustria mais do que dobrou este mês para mais de 10.000, e sua recente taxa de infecção está entre as mais altas do mundo. Um recorde de 13.152 casos foram relatados no sábado. A taxa de infecção da Áustria em sete dias de 775 novos casos por 100.000 pessoas está bem acima de 289 na vizinha Alemanha, onde as autoridades estão tomando várias medidas para conter o vírus.
Os líderes alemães planejam exigir que as empresas permitam que os funcionários trabalhem em casa quando possível, e seus militares colocaram milhares de soldados de prontidão para ajudar clínicas médicas sobrecarregadas, de acordo com agências de notícias. A Alemanha declarou recentemente a Áustria como zona de alto risco e exige que as pessoas não vacinadas retornem da Áustria façam quarentena.
A Holanda também está de volta ao bloqueio parcial, incluindo o fechamento antecipado de bares, lojas e restaurantes, mas não escolheu os não vacinados para tratamento especial. A Letônia fechou bares e lojas, impôs toques de recolher e retomou o ensino à distância para os alunos.
Pessoas sem prova de vacinação ou recuperação da Covid já estão excluídas de muitas atividades na Áustria, incluindo shows, restaurantes e bares, após um recente endurecimento dos padrões. Para os vacinados, a vida está ocorrendo normalmente, embora as máscaras sejam necessárias em espaços internos como metrôs e lojas, e o distanciamento social é incentivado sempre que possível.
A Áustria foi um dos principais centros de coronavírus do mundo durante o início da pandemia, quando esquiadores que voltavam espalharam o vírus por todo o norte da Europa e até a Islândia.
-- Com assistência de Marton Eder e Iain Rogers
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