Argentina: Eleições para o Congresso devem enfraquecer governo

Eleitores escolherão metade dos assentos na Câmara e um terço do Senado em um teste crítico para o governo do presidente Alberto Fernández

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Bloomberg — Os argentinos votam neste domingo nas eleições para o Congresso, que devem enfraquecer o poder da coalizão no legislativo.

Os eleitores escolherão metade dos assentos na Câmara e um terço do Senado em um teste crítico para o governo do presidente Alberto Fernández. O país perdeu a maioria das disputas nas eleições primárias de setembro, expondo uma profunda divisão com a vice-presidente Cristina Fernandez de Kirchner e sua extrema esquerda da coalizão.

A votação obrigatória para a maioria dos adultos começou às 8h00, horário local, e os resultados são esperados para a noite deste domingo (14). As principais disputas acontecem na cidade e na província de Buenos Aires, onde a Frente de Todos do governo enfrenta seu principal rival, a coalizão favorável ao investidor do ex-presidente Mauricio Macri, Juntos por el Cambio.

Fernández não está na cédula, mas a votação servirá como uma forma de os argentinos pesarem em seu mandato em meio a uma inflação anual de mais de 50%, aumentando a pobreza e a falta de acesso aos mercados de dívida.

Fernández, que votou na manhã de hoje (14) em uma universidade em Buenos Aires, disse em uma entrevista na rádio que não tem planos de fazer mudanças no governo após os resultados. “Amanhã continuaremos governando e trabalhando para resolver os problemas das pessoas”, disse ele em um tweet.

Ainda assim, os resultados devem impactar a composição do gabinete de Fernández, na política econômica, na unidade frágil da coalizão e nas negociações da Argentina com o Fundo Monetário Internacional sobre mais de US$ 40 bilhões em dívidas para com a organização com sede em Washington.

A confiança dos argentinos no governo está em seu nível mais baixo na presidência de Fernández, à medida que o desempenho econômico do país aumenta as lutas internas da coalizão e a desilusão sobre o manejo da pandemia, que incluiu um escândalo de vacinação e uma infame festa de aniversário realizada apesar do bloqueio obrigatório.

O que diz a Bloomberg Economics

“A votação vai influenciar o equilíbrio de poder dentro da coalizão de governo. Se os resultados prejudicarem o bloco do presidente Alberto Fernández, também podem enfraquecer a posição de negociação do ministro da Economia, Martin Guzman, com o FMI.”

- Adriana Dupita, economista da América Latina

Todos os olhos estarão voltados para a reação de Kirchner, que governou o país de 2007 a 2015 com políticas anti-negócios e criticou a resposta silenciosa do presidente após a fraqueza nas primárias de setembro.

-- Com assistência de Ezra Fieser

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