Bloomberg Línea — O distanciamento social e as restrições de circulação que afastaram as famílias no Natal de 2020 não devem ser mais um problema neste ano. Com isso, a expectativa de diferentes setores da economia é que as comemorações retomem um ritmo mais próximo da normalidade em 2021, mas com algumas diferenças.
Alguns dos itens mais tradicionais das ceias de Natal ficarão mais longe neste ano. Pesquisa da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) com seus associados mostra que a expectativa do varejo de alimentos é que o consumo de frango e cerveja apresentem as maiores taxas de crescimento no consumo das famílias durante as festividades natalinas.
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Os supermercados apostam em um crescimento de 18% no volume de venda de frango para o período natalino deste ano, em comparação ao Natal do ano passado. Entre todas as carnes vendidas nesta época, o frango ficará com uma fatia de 14%, deixando para trás os tradicionais tender, chester, bacalhau e até mesmo o peru.
“As famílias irão comemorar o Natal em suas casas neste ano e com isso há uma expectativa de aumento no consumo em relação ao ano passado, quando ainda havia muita restrição. Em anos anteriores, era comum para esta época consumir mais chester, pernil e peru, mas essas proteínas apresentam uma projeção de crescimento de vendas menor, já que o preço do frango se mostra mais atraente”, afirma Márcio Milan, vice-presidente institucional e administrativo da Abras.
As bebidas também serão diferentes neste ano. A expectativa dos supermercados é que as vendas dos clássicos vinhos e espumantes cresçam em um ritmo quase 40% inferior ao que se projeta para a cerveja. Enquanto a procura por vinhos importados deve crescer 11,6% em comparação ao Natal do ano passado, as vendas de cerveja tendem a aumentar 16% e a abocanhar uma fatia de 14% da venda de bebidas para o período.
“Os produtos importados também sofrem o efeito da valorização do dólar, o que acaba deixando eles mais caros”, diz Milan. Vale lembrar que a produção mundial de vinhos em 2021 pode ser a menor em mais de 20 anos e oscilar entre 24,7 bilhões e 25,3 bilhões de litros. Na melhor das hipóteses, a queda será de 3,44%, mas pode se aproximar de 6% no cenário mais pessimista.
Além das mudanças na composição da ceia, os consumidores também sentirão alterações nos preços. O bacalhau é o que deve registrar o maior aumento em relação a 2020, com uma alta de 19,7%. Frango (19,5%), peru (16,6%), carne bovina (16,5%) e chester (15,4%) completam a lista dos cinco produtos que terão os maiores reajustes em 2021.
A pesquisa da Abras demonstra que os supermercados estão otimistas. Enquanto apenas 9% esperam que as vendas de fim de ano sejam menores do que no ano passado, 52% projetam um aumento nos negócios e 39% acreditam na manutenção.
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