Bom dia! Hoje é 12 de novembro de 2021 e este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias do dia
Enquanto os agricultores avançam com as máquinas para plantar a próxima safra, os dois órgãos do governo responsáveis pelas estimativas de produção seguem a liturgia mensal de tentar prever o quanto o Brasil colherá em 2022. Os novos números divulgados ainda não levam em consideração os efeitos que a falta e o atraso na entrega de insumos, tanto fertilizantes quanto defensivos, terá sobre os rendimentos das lavouras do país e que ainda colocam em risco a próxima safra de grãos.
- No Ministério da Agricultura, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) espera por uma oferta de 289,8 milhões de toneladas de grãos, 1,2 milhão a mais do que havia sido projetado em outubro e 14% superior à safra anterior.
- No Ministério da Economia, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) se mostra um pouco mais conservador e estima uma colheita de 270,7 milhões no próximo ano em seu primeiro levantamento, 7,8% a mais do que neste ano,
- Apesar da divergência histórica dos números devido às metodologias empregadas por cada instituição, ambas as estimativas apontam para uma safra recorde no último ano do governo Bolsonaro. Como acontece em todo início de safra, que começa a ser plantada tradicionalmente nos meses de outubro, os primeiros índices de produtividade são determinados com base em estatísticas geradas a partir do histórico dos anos anteriores.
Se o clima tem se mostrado favorável ao desenvolvimento das lavouras até agora, a crise no abastecimento de insumos é o fator novo. O próprio Ministério da Agricultura reconheceu como real a possibilidade de haver uma escassez de fertilizantes e defensivos nesta safra, dois itens fundamentais para garantir a produtividade das lavouras.
Na trilha dos Mercados
A disparada da inflação acendeu sinais de alerta nos mercados financeiros, mas não afetou o apetite por risco nos dois lados do Atlântico. As ações que encabeçaram as altas foram justamente de setores que se beneficiam com os juros mais altos – energia, materiais e, claro, bancos. Empresas de telecomunicações, tradicionalmente grandes pagadoras de dividendos, também se destacam neste cenário.
Ontem, tirando o Dow, que caiu 0,44%, os índices norte-americanos fecharam em alta – S&P 500 (+0,06%) e Nasdaq (+0,52%). Na Europa, as principais bolsas seguiram pelo mesmo caminho e o Stoxx 600 subiu 0,32%, renovando uma marca recorde.
E para hoje...
Nas primeiras operações do dia, as bolsas europeias trabalhavam sem direção definida, depois de uma abertura no vermelho. Os futuros de índices em Wall Street, por outro lado, subiam.
Estas são as notícias que estão no foco dos operadores:
- O índice preliminar confiança do consumidor dos EUA da Universidade de Michigan. Este dado deve ser favorável, com a expectativa de melhora na renda em virtude da recuperação do mercado de trabalho.
- O mercado aguarda para em breve a nomeação do próximo dirigente do Federal Reserve (Fed). O atual presidente Jerome Powell, cujo mandato expira em fevereiro, e Lael Brainard são as únicas pessoas que apareceram publicamente como candidatos.
- No campo geopolítico, o aviso dos EUA de que a Rússia pode estar avaliando uma possível invasão da Ucrânia. Isso se produz em um contexto de tensões na região e uma crise energética que tem feito disparar os preços das commodities. O presidente da Bielorrússiaameaçou cortar o trânsito de gás se a União Europeia impuser sanções ao seu regime. Cerca de 20% do gás que viaja da Rússia à Europa passa pelo gasoduto que atravessa a Bielorrússia. Ontem, os preços do gás natural na Europa subiram 6,66%.
Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados
No radar
No Brasil:
- Crescimento do Setor de Serviços (9h00); BRL – Posições líquidas de especuladores no relatório da CFTC (16h30)
No exterior:
- EUA: índice de confiança do consumidor da Universidade de Michigan (novembro)
- Produção Industrial da Zona do Euro (7h00)
- Ofertas de Emprego JOLTs nos EUA (12h00);
- Discurso de Williams, membro do FOMC (14h10)
Destaques da Bloomberg Línea
- Vai viajar? Veja o melhor jeito de comprar dólar e evitar a volatilidade
- Países pobres são mais prejudicados por alta recorde de alimentos
- JBS está pronta a jogar de igual para igual com Tyson, diz CEO
- Direto de Glasgow, CEO da Klabin vê avanço no mercado de carbono
- Petrobras irá aportar R$ 100 mi em financiamento ambiental do BNDES
Também é importante
- O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, pertencente à Fiocruz, informou sobre duas suspeitas de pacientes infectados com Encefalopatia Espongiforme Bovina, a doença da “vaca louca”.
- O Índice de Confiança do Agronegócio (IC Agro) encerrou o terceiro trimestre em 121,1 pontos, 1,2 ponto acima do levantamento anterior, segundo dados divulgados pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e pela CropLife Brasil.
- As vendas no varejo brasileiro tiveram queda mensal de 1,3% em setembro, o segundo recuo consecutivo após quatro altas. No ano, o varejo acumula crescimento de 3,8% e nos últimos 12 meses, alta de 3,9%, conforme o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
- O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, comunicou a saída do diretor de Política Econômica e membro do comitê de política monetária (Copom), Fabio Kanczuk, ao fim de seu mandato em 31 de dezembro de 2021.
Opinião Bloomberg
Quinze dos maiores bancos americanos e europeus acumularam mais de US$ 125 bilhões em excesso de capital após os primeiros nove meses de 2021. Os lucros dispararam após um período de negociações corporativas recordes, aquecendo os mercados financeiros e diminuindo os temores de inadimplência. Mas, por um tempo, os credores foram impedidos de readquirir ações ou pagar dividendos. Embora esses bilhões de dólares estejam aparentemente livres para distribuição aos acionistas, alguns bancos continuam como se os investidores não tivessem percebido.
Pra não ficar de fora
A Netflix ultrapassou a Walt Disney em valor de mercado pela primeira vez desde o ano passado. Os resultados da controladora de parques de diversões sinalizaram desaceleração do crescimento da base de assinantes na unidade de streaming.
A ação da Netflix acumula alta de 27% desde o fim de julho, o que elevou o valor de mercado da empresa para US$ 291 bilhões. Já a capitalização da Disney encolheu para cerca de US$ 288 bilhões na esteira da queda de 9% do preço da ação nesta quinta-feira (11).