Bloomberg Línea — Maior produtor e exportador de café do mundo, o Brasil viu seus embarques de outubro somarem 3,43 milhões de sacas. O desempenho representa uma queda de 23,8% em comparação ao mesmo período do ano passado, quando foram embarcadas 4,5 milhões de sacas. Contudo, os preços mais altos no mercado internacional permitiram que a receita com as vendas externas crescesse 11,3% e chegasse a US$ 628,46 milhões no mês passado, com a saca exportada valendo US$ 183,16, o valor mais elevado dos últimos 12 meses.
“A queda no volume das exportações reflete a continuidade dos conhecidos gargalos logísticos no comércio marítimo mundial. O cenário é preocupante porque especialistas do setor, com os quais nos reunimos em diversos eventos nacionais e internacionais, apontam que esses entraves devem se arrastar durante 2022, devido ao grande volume dos produtos agrícolas brasileiros acumulados nos portos e às safras que são escoadas a partir do segundo semestre”, explica Nicolas Rueda, presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
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Apesar do cenário ainda preocupante, o fundo do poço parece ter sido superado. A curva mensal de exportação que vinha em uma trajetória de queda desde novembro do ano passado e chegou a seu pior momento em maio, já dá sinais de estabilização e até reversão da tendência. Outubro foi o segundo mês consecutivo que as vendas mensais cresceram em relação ao mês imediatamente anterior (veja o gráfico abaixo).
Entre janeiro e outubro deste ano, o Brasil embarcou café para 119 países. Os Estados Unidos seguem como os principais importadores, tendo adquirido quase 6,46 milhões de sacas no período e sendo responsável por comprar 19,4% de todo o café exportado pelo Brasil. O volume é praticamente o mesmo dos dez primeiros meses do ano passado, quando os americanos compraram 6,48 milhões de sacas de café brasileiro.
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A Alemanha, com representatividade de 16,5%, importou 5,47 milhões de sacas, volume 8,2% menor que o registrado de janeiro a outubro do ano passado, mas, ainda assim, ocupou o segundo lugar no ranking. Na sequência, vêm Itália, com a compra de 2,38 milhões de sacas (-7,7%), Bélgica, com 2,270 milhões (-22,6%) e Japão, com a aquisição de 2,074 milhões de sacas (+12,5%).