Startup imobiliária vai aceitar pagamentos em Bitcoin na América Latina

O primeiro projeto a aceitar bitcoins será um conjunto habitacional em Playa del Carmen, no México

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Bloomberg — A La Haus, uma startup de tecnologia imobiliária da América Latina com a Bezos Expeditions entre os investidores, disse que aceitará bitcoins para transações com imóveis, em mais um sinal da crescente adoção da criptomoeda como meio de pagamento na região.

A empresa, que permite aos usuários comprar imóveis por meio de um aplicativo, permitirá que os compradores paguem com a moeda digital. O primeiro projeto a aceitar bitcoins será um conjunto habitacional em Playa del Carmen, no México. Com o tempo, a La Haus vai permitir o uso da criptomoeda para o restante de seu estoque de mais de 80 mil imóveis.

“Acreditamos que o bitcoin será a moeda de reserva do futuro”, disse Rodrigo Sánchez-Ríos, presidente e cofundador da La Haus, em entrevista. “Em nossa essência, somos uma empresa de tecnologia. É natural que sejamos pioneiros com esta tecnologia.”

A empresa fechou uma parceria com a processadora de pagamentos OpenNode, de Los Angeles, para permitir transações tanto na rede quanto na Lightning Network, que foi projetada para tornar as compras mais rápidas e fáceis. A La Haus atuará como intermediária e vai pagar os vendedores em moeda fiduciária. A empresa ainda não decidiu quantos bitcoins planeja manter nos balanços, disse.

Apesar da conhecida volatilidade, a aceitação do bitcoin cresce na América Latina, o que dá legitimidade à maior criptomoeda do mundo. Com valor de mercado superior a US$ 1,2 trilhão depois de subir 20% no último mês, a cotação do bitcoin superou US$ 68.000. Em setembro, El Salvador se tornou o primeiro país a oficializar a moeda, despertando o interesse de outros governos e empresas da região.

Não está claro se La Haus é a primeira “proptech” a aceitar bitcoins. Sánchez-Ríos disse que a tecnologia pode facilitar o processo de compra de um imóvel em mercados emergentes ao reduzir a burocracia e o tempo necessário para concluir compras tradicionais.

A La Haus contratou Jehudi Castro-Sierra, ex-vice-ministro colombiano e assessor presidencial, para ajudar a liderar o projeto.

Sánchez-Ríos cofundou a empresa em 2017 com Jerónimo e Tómas Uribe, filhos do ex-presidente da Colômbia Alvaro Uribe. A empresa opera em 10 cidades da Colômbia e do México, com foco em novos empreendimentos habitacionais. Mais de US$ 1 bilhão em transações brutas anuais são realizadas por meio do aplicativo, que tem mais de 1 milhão de usuários mensais, disse Sánchez-Ríos.

A empresa levantou mais de US$ 150 milhões em capital e dívidas de investidores, que incluem o fundo de Jeff Bezos, Acrew Capital, Renegade Partners, Kaszek Ventures, o cofundador do Nubank, David Vélez, e TIME Ventures, um fundo de investimento do bilionário Marc Benioff, fundador da Salesforce.com. A La Haus não divulgou em quanto a empresa está avaliada.

Sánchez-Ríos disse que a La Haus deve arrecadar fundos novamente no ano que vem. A empresa planeja se expandir para todas as grandes cidades da Colômbia e do México até o fim do ano e na América Latina a partir de então.

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